R4Textiles: Riopele recicla produtos agroalimentares para criar tecidos

R4Textiles. Assim se chama o projeto que a Riopele, empresa de Vila Nova de Famalicão, está a desenvolver, reciclando produtos agroalimentares para produzir tecidos inovadores cujos odores são neutralizados. O projeto é cofinanciado pelo COMPETE 2020. Para colocar em prática o projeto, a empresa utiliza resíduos provenientes das indústrias de carnes e cervejeira. De referir que estes resíduos têm grande potencial de valorização no acabamento têxtil, pelas suas propriedades intrínsecas (actividade antimicrobiana, prebiótica, antioxidante, entre outras).
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Segundo informações obtidas, "o projeto R4Textiles visa desenvolver têxteis sustentáveis – reutilizados e funcionais – com base na valorização de rejeitados têxteis e agroalimentares de forma a pôr em prática o novo paradigma da economia circular".

Na página do COMPETE 2020 lê-se que a "tradição e inovação são duas palavras-chave para a Riopele que uma longa história e com um saber-fazer único”. Na mesma página lê-se que “a empresa tem levado a cabo um intenso trabalho de pesquisa de tendências e de comportamentos, investindo fortemente em Investigação & Desenvolvimento".

Com este projeto a Riopele "pretende capitalizar as oportunidades associadas à economia verde e contribuir activamente para o seu crescimento”. A empresa de Famalicão pretende apostar numa estratégia de investigação que conduza à adopção de políticas sustentáveis, de redução do impacto ambiental, assente na valorização dos resíduos têxteis e de subprodutos de indústrias agroalimentares próximas geograficamente. Assim, o projeto "R4Textiles, cujos principais objetivos são: design e construção de novas peças/estruturas têxteis com base em resíduos têxteis – fios, telas e tecidos, com ou sem processamento prévio, para eliminação de elastano; produção de tecidos funcionais inovadores com incorporação de ingredientes extraídos de resíduos agroalimentares, para obtenção da funcionalidade de neutralização de odores, e outras propriedades valorizáveis no acabamento têxtil", lê-se na página do COMPETE 2020.

O projeto é cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT e envolve um investimento elegível de cerca de 978 mil euros, a que corresponde um incentivo FEDER de 602 mil euros. De referir que neste projecto estão também envolvidos o Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI), o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE) e a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa (ESB).

Importante é ainda referir que a Riopele centra a actividade na criação e na produção de colecções de tecido. Localizada na Pousada de Saramagos, Vila Nova de Famalicão, a empresa é uma das mais antigas e conceituadas da indústria têxtil portuguesa. Este ano, a Riopele completa 90 anos. Trata-se de uma empresa familiar, a empresa evoluiu para uma organização em grande escala, integrando verticalmente as áreas da fiação, da tecelagem, da tinturaria e dos acabamentos.

A empresa, cujo percurso está associado ao da família Oliveira, exporta cerca de 98 por cento da produção.

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