Desenvolvida película que aumenta tempo de conservação dos alimentos

O Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho desenvolveu uma tecnologia eco-eficiente que permite, utilizando materiais comestíveis, criar uma película protetora para aumentar o tempo de conservação dos alimentos. Desta forma, é possível potenciar a exportação de alimentos rapidamente perecíveis, como queijos, frutas, peixe e enchidos, abrindo a possibilidade das empresas do setor levarem os seus produtos a mercados mais longínquos, mantendo-se a qualidade e propriedades nutricionais.
:
  

Até ao momento, os resultados obtidos são bastante promissores. Com esta nova tecnologia é possível diminuir o desperdício alimentar e, ao mesmo tempo, reduzir a utilização de materiais sintéticos na conservação dos alimentos. Razões que têm levado a indústria alimentar a mostrar interesse em novas soluções, estando já a ser desenvolvidos projetos de investigação em parceria com empresas. A equipa de investigação desenvolveu três produtos que estão prontos para serem validados industrialmente.

A validação industrial é uma fase importante no processo, uma vez que, de acordo com cada produto alimentar e requisitos de cada empresa, é necessário analisar as condições em que é feita a colheita, a produção e a distribuição. "Esta fase ajudará a encontrar as melhores soluções para superar todos os fatores externos que possam influenciar a eficiência dos produtos, como a humidade e a temperatura de armazenamento e o tratamento pós-colheita”, afirma Miguel Cerqueira, investigador do CEB. Toda esta análise "é importante pois os revestimentos desenvolvidos são adaptados consoante o produto a ser aplicado e os seus requisitos em termos de condições de conservação. É, assim, criado um revestimento otimizado para cada produto, pelo que são enormes as potencialidades desta tecnologia”, declara ainda.

São várias as empresas interessadas em testar esta nova tecnologia. De uma parceria entre o CEB e Improveat, uma das spin-offs do Centro, tem sido realizado um trabalho conjunto que procura responder aos desafios apresentados pelas empresas, não só na aplicação dos revestimentos para a conservação de alimentos, mas também no desenvolvimento de outros produtos inovadores. A Improveat tem já trabalhado em métodos para a produção à escala industrial e no cumprimento da legislação, tendo em vista a comercialização em Portugal e em outros países.

O Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho é um dos mais dinâmicos centros de investigação da Universidade do Minho. Com uma equipa de mais de 300 investigadores e um forte pendor tecnológico, opera nas áreas da Biotecnologia e Bioengenharia Ambiental, Industrial e Alimentar e da Saúde.

É uma instituição dinâmica, participante ativa em vários projetos internacionais, e que, ao nível do trabalho de investigação desenvolvido, tem vindo a ser considerada Excelente nas avaliações da FCT, uma das principais entidades financiadoras de ciência do país. Na última avaliação FCT recebeu o maior financiamento na UMinho. Arrecada, assim, anualmente, uma média de 3 milhões de euros de financiamento, entre instituições públicas e parcerias com a indústria, criou 13 empresas, tem 16 patentes concedidas.

Ao nível internacional, o CEB tem uma rede de colaborações em todo o mundo, participando em projetos internacionais e em colaborações com empresas de renome, faz parte de programas como o MIT Portugal e tem investigadores de 36 nacionalidades diferentes


Mais nesta secção

Mais Lidas