Prémios Sophia 2017: Presidente da República almoça com vencedores

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convidou os vencedores da quinta edição dos Prémios Sophia para um almoço, que se realizou ontem, dia 27 de março, no Palácio da Cidadela, em Cascais.
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Para o Chefe de Estado, a iniciativa tratou-se de um "gesto simbólico de agradecimento por aquilo que tem sido feito pelo cinema português com muitos poucos meios", defendendo que "se não há um Estado, não há quem apoie quem, no fundo, ganha prémios internacionais e projeta o nome de Portugal".

Paulo Trancoso, presidente da direção da Academia Portuguesa de Cinema, considerou que este ato do Presidente da República "pode marcar um ponto de viragem na forma como o público se relaciona com o cinema português. O prestígio e a popularidade do Presidente contribuirão não só para homenagear figuras de destaque do cinema nacional, mas também para sensibilizar a opinião pública para a importância económica e cultural que esta indústria tem no nosso país."

Em Cascais foram ainda homenageados os vencedores deste ano do Prémio Carreira: a atriz Adelaide João e o diretor de fotografia Elso Roque.

A cerimónia de entrega dos Prémios Sophia decorreu no passado dia 22 de Março, no Centro Cultural de Belém (CCB), numa noite em que o filme de Ivo M. Ferreira, "Cartas da Guerra", arrecadou nove das 21 estatuetas, incluindo a de melhor realizador e de melhor filme.

"Balada de um batráquio", de Leonor Teles, ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2016 e foi o vencedor do prémio Sophia de Melhor Curta-Metragem de Documentário. Para a cineasta de 24 anos, "é ótimo ver que o nosso trabalho é reconhecido, especialmente em Portugal. Uma coisa é sermos reconhecidos lá fora, mas depois cá dentro não haver esse valor.

O cinema português está em altas e isso é que é importante e acho que isso tem a ver com a nova geração de criadores que quer fazer muito mais com o pouco que tem, ou seja, existe muita vontade de filmar, de fazer coisas, mas, muitas vezes, não há apoios. Contudo, com essa vontade e esse querer tentam ir o mais longe possível.

Também com esta situação do ICA (Instituto do Cinema e do Audiovisual) e da SECA (Sociedade Independente de Comunicação) que não avança, é importante que as pessoas se unam e percebam que nós estamos cá e queremos continuar a fazer cinema, com mais ou menos dinheiro."

Na noite da passada quarta-feira foi também entregue o Prémio Mérito e Excelência ao ator Ruy de Carvalho que, visivelmente emocionado, disse que "as palavras que a língua portuguesa tem não são suficientes para vos agradecer. Gostava que conseguíssemos impor o nosso trabalho no mundo porque somos bons e merecemos caminhar em frente!"

O artista de 90 anos revelou que "vou fazer o papel de mau pela primeira vez, numa peça do Carlos Avilez, no Teatro Experimental de Cascais" e que "não quero parar porque a morte é certa. Deram-me uma coisa maravilhosa que é uma vida que vivo intensamente e, enquanto me for permitido, vou trabalhar. Agora só faço aquilo que quiserem que eu faça".

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