Famalicão avança para novo modelo de governação

O Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão quer aproveitar as sinergias criadas à volta das CSIF – Comissões Sociais InterFreguesias, em funcionamento há quase duas décadas no concelho no âmbito da Rede Social Local, para lançar “um novo modelo de gestão do território em que os agentes locais, que são as forças vivas da comunidade, irão ter o poder real de influenciar aquele que há de ser o futuro desta comunidade”.
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O novo guião de governança para o território foi apresentado ontem por Paulo Cunha durante a sessão de apresentação do “Plano 20 – Estratégia Concelhia de Desenvolvimento Integrado que decorreu na Casa das Artes e que marcou o pontapé de saída para a realização de um novo ciclo de fórum comunitários que se vão realizar ao longo do ano em todas as 10 CSIF’s do concelho e que servirão já para reforçar o seu papel de agentes ativos da gestão territorial.

A ideia do autarca famalicense pretende “romper com o modelo clássico de governação”, atribuindo às CSIF de Famalicão um protagonismo novo, com competências que deixam de estar circunscritas ao plano do social e passam  para o plano do integrado onde cabem as mais variadas áreas da gestão municipal, como o ambiente, desporto, educação, empreendedorismo, saúde e cultura, entre outras.

“Queremos criar condições para que a gestão do interesse público, daquilo que são as várias dimensões da ação coletiva,  deixe de ser do centro para a periferia e passe a ser do território para o território”, explica o autarca assumindo dar uma “preponderância diferente à centralidade dos Paços do Concelho”. E explica: “À câmara municipal compete cumprir o compromisso com a comunidade e dinamizar, dar força,  energia e dinâmica para que estas propostas sejam executadas.”

A apresentação desta verdadeira democratização da gestão municipal vai agora  ser apresentada e discutida em cada uma das 10 CSIF famalicenses, através da realização dos fóruns comunitários. O documento já incluí uma série de medidas concretas em que as CSIF, em interação com os serviços centrais autárquicos podem exercer uma ampla e interessante atuação.

A  criação e dinamização de uma bolsa de emprego, de uma bolsa de terras, de mercados de produtos locais, de centros comunitários de apoio ao estudo, de grupos de entreajuda, de projetos de usufruto das férias escolares, da promoção do desporto inclusivo, de projetos de voluntariado, são algumas das muitas medidas elencadas para serem dinamizadas ao abrigo deste novo modelo de gestão, conferindo-lhes maior efetividade, abrangência, dinâmica coerência e integração.

Recorde-se que a Rede Social de Vila Nova de Famalicão é uma das mais antigas do país, e próxima de completar 20 anos de existência, tem como uma das suas pedras basilares as Comissões Sociais Interfreguesias.  Os agentes e entidades das 49 freguesias do concelho encontram-se reagrupados por 10 Comissões Sociais. Juntas de Freguesia, Agrupamentos de Escolas, Extensões de Saúde, Centros Sociais, associações, empresas e grupos locais, reúnem-se na plataforma de parceria local, e estruturam e dinamizam planos de ação para a promoção e desenvolvimento da comunidade.

O trabalho apresentado é o “resultado do amadurecimento de muitas ideias e de muitas sugestões”, colhidas e debatidas ao longo dos últimos anos em diferentes plataformas e iniciativas, como o primeiro ciclo de fóruns comunitários, os roteiros pelas CSIF, a elaboração do diagnóstico Social e do plano estratégico “Famalicão Visão 25”.

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