Todas as Noites em Elvas

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De 29-04-2017 até 08-07-2017

A exposição “Todas as Noites”, do artista elvense Rui Serra, inaugura dia 29 de abril, pelas 16h00, no Museu de Arte Contemporânea de Elvas (MACE), sob a curadoria de Ana Cachola. O projeto, patente ao público até 25 de junho, assinala o primeiro momento das comemorações dos 10 anos do MACE, espaço cultural inaugurado a 8 de julho de 2007 para albergar a Coleção António Cachola.

“Todas as Noites” é uma exposição onde Rui Serra dá a entender ao público o pensamento do seu processo criativo: “Todos os dias, sempre que pinto, uma noite cai sobre mim. Associo a noção de noite à metáfora do manto que cobre o dia, o véu que absorve e que retém todas as coisas. Essa noite considero-a uma metáfora do meu processo de trabalho, uma forma alternativa de ‘ver’ a realidade”.

Ao longo da sua obra, Rui Serra tem vindo a questionar entre as possibilidades da pintura, enquanto superfície de coincidência e dissidência do abstrato e do figurativo, e uma ontologia da vontade pictórica filiada no gesto mecânico. “No meu caso, a execução manual do todo e das partes, o sentir literalmente a totalidade da pintura, torna-se uma tarefa quase mecânica. Tento no processo eliminar a marca da mão, como sinal de uma expressividade que considero ‘implosiva’, hiper-controlada, e simulacro de uma acção maquinal”, refere o pintor.

As diversas obras que compõem a exposição apresentam-se em formatos distintos – pinturas, desenhos e maquetes – possuindo significação individual mas concorrendo no seu conjunto para um entendimento ritualístico da pintura e da sua capacidade de produzir e criar realidade.

“Nesta exposição, o dispositivo da noite, na sua polissemia ocidental, é tomado enquanto tropo do gesto criativo de Rui Serra” refere Ana Cristina Cachola, curadora da exposição. Para a curadora, "em cada obra apresentada, Rui Serra desvela o processo subjectivo de descoberta de verdades universais. Estas verdades não são, contudo, dogmáticas na sua relação com o espectador, servindo, isso sim, enquanto matriz de verdade possível e dependência hermenêutica daquilo que cada um vê, quer ou consegue ver. Tudo o que é visto é verdade para aquele que vê"

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