Roda Souto Team: primeiro o BTT e as caminhadas. O atletismo pode estar para breve.

Foram apaixonados por BTT que criaram a primeira edição da Rota de Souto. Dois anos após o primeiro evento nasceu a Associação Roda Souto Team. Uma coletividade criada para promover não só a prática de BTT como também as gentes, a terra e o que de bom se produz. Os planos para que a Associação cresça estão sempre a surgir e, em entrevista ao VerPortugal, o presidente da Direção, Ricardo Santos, explica que sem pretender transformar a Roda Souto Team num clube, um evento ligado ao Atletismo poderá ser o próximo passo.
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Como surgiu este movimento ou associação?
 
A Associação Roda Souto Team (ARST) nasceu no âmbito da realização das provas de BTT – Rota de Souto, da primeira, em 2013 e da segunda, em 2014. Sendo a ideia principal a angariação de fundos para que este evento expandisse e, ao mesmo tempo, participar e colaborar com as diversas atividades da Vila de São Miguel de Souto. É uma associação sem fins lucrativos e que tem como objeto o desenvolvimento desportivo, cultural, recreativo e social, dinamizar e incentivar a prática desportiva e de lazer, e contribuir para a proteção, defesa, promoção e divulgação do património cultural, artístico, paisagístico e ambiental.
 
Quais as atividades que leva a cabo?
 
Para além da Rota de Souto, prova de BTT, a ARST organiza-se cicloturismo e caminhadas. Existem outros projetos, como BTT noturno e Neon Race que ainda estão na gaveta. Para além disso, a ARST participa em diversas atividades da comunidade, promovidas por outras Associações e pela autarquia local, bem como em diversas provas de BTT em Portugal.
 
Quantos associados tem?
 
Neste momento a ARST tem 12 associados. Todos se podem candidatar, mas o processo de candidaturas é minucioso e exigente. 
 
Que apoios tem a Associação?
 
Maioritariamente a nível de patrocínios privados. Nas grandes provas, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a União de Freguesias de Souto e Mosteirô apoiam logisticamente. A ARST não tem apoios financeiros públicos.
 
O que levou esta Associação a criar a Rota de Souto?

Antes da criação da ARST, um grupo de amigos ciclistas originários de São Miguel de Souto, apaixonados pela modalidade de BTT, depois de participar em diversas provas, pensou que também tinha condições para organizar uma prova BTT na freguesia. O projeto foi apresentado à então Junta de Freguesia de Souto, que abraçou a ideia com entusiasmo. Propôs-se à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira que co-organizasse, o que também foi acolhido positivamente. Assim, os grupo de amigos pôs mãos à obra e nasceu a I Rota de Souto BTT. A adesão e a recetividade foram tão boas que nunca mais parou. Só depois da segunda edição é que se decidiu criar a ARST. Ora, com efeito, a economia local, nos dias da prova e antecedentes, sofre um aumento acentuado, mais concretamente a nível de restauração e turismo. O que, de facto, incentivou à criação desta Associação, que visa, também, promover as gentes, a terra e o que de bom se produz.
 
Nas edições anteriores como tem sido a adesão?
 
Muito Boa. Temos uma média de 250 participantes, tendo atingido 350 na terceira edição. O objetivo é atingir os 500.
 
Os participantes são oriundos de onde?
 
De todo o país e até do estrangeiro. Maioritariamente vêm da região. Existe uma boa afluência da zona norte do país. Ao longo destas edições já tivemos atletas de Espanha, Inglaterra e até do Brasil e da Venezuela.
 
Os percursos são sempre iguais? São traçados com algum intuito ou objetivo?
 
Tentamos mudar o trajeto todos os anos. Claro que sendo uma freguesia pequena, por vezes torna-se difícil fugir aos mesmos caminhos, e, por isso, 'fugimos' algumas vezes para fora do concelho. Os traçados são variados. Começamos com um intuito mais turístico, passando por locais com significado, como por exemplo o Castelo da Feira, mas com o passar dos anos criámos um traçado mais duro para cativar os atletas mais fortes. Este ano, decidimos retirar dureza ao trajeto para cativar mais participantes. Iremos passar na Guimbras e no Europarque, entre outras surpresas.
 
Os elementos da Associação são "atletas"? Costumam participar em eventos idênticos de Norte a Sul de Portugal?
 
Sim, a grande maioria são atletas amadores, participantes em diversas provas de Norte a Sul de Portugal.
 
O BTT está em voga há alguns anos. Por que razão está a acontecer na sua perspetiva este boom?
 
O desporto amador é de modas. O BTT perdeu algum fulgor para o atletismo nos últimos anos, mas tenta manter-se na ribalta. Creio que as pessoas estão mais atentas aos resultados desportivos dos atletas portugueses, em geral, e no BTT tivemos um campeão do mundo há pouco tempo. Embora seja um desporto caro, o BTT continua a ser uma excelente opção.

A associação tem projetos para executar até ao final do ano?
 
Para além da Rota de Souto, organizamos mais algumas caminhadas e queremos organizar uma prova de BTT noturno.
 
Que balanço se pode fazer da Roda Souto Team?
 
A ARST é uma Associação jovem, com três anos. O balanço é bastante positivo, uma vez que os eventos organizados possuem sempre grande adesão. A recetividade e os elogios das pessoas é o melhor combustível, que mantêm a Associação forte e com vontade de fazer mais e melhor todos os anos. Pode dizer-se que a ARST é uma Associação autossuficiente.
 
A criação de outras modalidades para além do BTT está em cima da mesa? (formação/competição, etc)
 
Sim. Como já foi referido, gostaríamos de organizar um evento ligado ao atletismo. E já fomentamos a caminhada. É uma Associação que organiza eventos e não um clube, que compete ou com objetivos de entrar em campeonatos. Temos atletas que participam em algumas competições amadoras, sem o intuito de se criar um clube. Contudo, estamos sempre recetivos a novos projetos.
 
Quais as maiores dificuldades da Associação?
 
A angariação de fundos sempre foi o mais difícil. Antes de ser criada a Associação ainda era pior. Agora, com a criação da ARST torna-se mais fácil chegar aos parceiros. Ao dar este passo, conseguimos que grandes marcas se associassem ao evento. Outra dificuldade que existe é a nível logístico. Organizar a prova de BTT envolve cerca de 100 voluntários, e é necessário ter em atenção diversos detalhes. Não pode falhar nada! Segurança, indicações, limpezas dos traçados, obter licenças, etc... é algo que nos preenche mais de metade do ano. Uma divulgação mais ampla também é difícil, nomeadamente a nível de TV e Jornais de nível nacional.
 
Este ano, o que se pode dizer por antecipação deste evento?
 
A V Rota de Souto será acima de tudo um enorme convívio entre amigos, com muitas surpresas e tracks bem apreciados. Queremos continuar a elevar o nível desta prova e a merecer toda a confiança que têm vindo a demonstrar na Rota de Souto.

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