Arrisca C: tecnologia de reprogramação de células vence concurso de ideias

Uma tecnologia de reprogramação de células que poderá ajudar pessoas que precisam de um transplante e um tratamento não invasivo que substitui a aplicação de gotas nos olhos são os grandes vencedores do concurso nacional Arrisca C.
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O Concurso de Ideias e Planos de Negócio "Arrisca C”, promovido por um conjunto de 16 parceiros liderados pela Universidade de Coimbra (UC) e apoiado por 22 patrocinadores, voltou a premiar ideias e projetos inovadores na sua oitava edição.

O prémio para melhor plano de negócio, no valor de cerca de 55 mil euros, foi conquistado pelo projeto MIStem, que são células estaminais do sangue para transplante de medula óssea geradas por reprogramação celular a partir de células da pele de cada doente. Estas células reprogramadas são compatíveis com cada doente e não contêm células tumorais e agentes patogénicos transmitidos pelo sangue. O MiStem está disponível para todos os doentes e evita a dificuldade em encontrar um dador compatível.

O prémio para melhor plano de negócios arrecadado pela startup BRT Blood Reprogramming Technologies resulta do esforço e dedicação de Fábio Rosa, Cristiana Pires e Filipe Pereira. Segundo os promotores do projecto vencedor, "os próximos passos para a consolidação do MIStem passam pela realização dos ensaios pré-clínicos e clínicos exigidos pelas entidades reguladoras antes da entrada no mercado. O prémio recebido vai certamente impulsionar a empresa, ajudando-a a alavancar o financiamento necessário para levar o MIStem aos doentes que precisam de um transplante de medula”.

O prémio Arrisca C para melhor ideia de negócio foi entregue ao projeto InEye, que consiste num dispositivo esférico de administração de fármacos, semelhante a uma pequena pérola, que é colocado no interior da pálpebra inferior do olho, substituindo a aplicação de gotas. Com o InEye, o fármaco pode ser libertado durante sete a 300 dias, não havendo desperdício (no caso das gotas há um desperdício de 75 por cento), e ganha particular importância em doenças crónicas, como é o caso do glaucoma, uma doença que afeta 80 milhões de pacientes no mundo e que implica a autoadministração de gotas oftálmicas durante toda a vida em 90 por cento dos casos.

Marcos Mariz e Paula Ferreira, promotores do InEye, referem que o prémio Arrisca C “foi a primeira prova que este é um projeto com viabilidade científica, social e económica e que vai permitir criar a empresa que levará o InEye para os próximos passos de forma mais segura, criando um plano de negócio sólido uma imagem profissional e estabelecendo os contactos necessários com investidores, parceiros e outras empresas”.

O prémio arrecadado pelo InEye representa um apoio financeiro de sete mil euros e cerca de 25 mil euros em serviços de consultoria de apoio à elaboração de plano de negócio, apoio no desenvolvimento de identidade gráfica e incubação. O InEye recebeu ainda o prémio de melhor ideia de negócio IAPMEI, no valor de 2.500 euros.

No concurso foi ainda premiado o Face2CEPH (prémio IEFP), um sistema informático multiplataforma de apoio ao diagnóstico e seguimento da ação terapêutica em ortodontia. O galardão destinado a uma ideia de negócio de empreendedorismo social (Social Ao Centro) foi entregue ao Sunight, uma tecnologia que proporciona iluminação homogénea equivalente a uma lâmpada tradicional, utilizando energia 100 por cento limpa, tanto durante o dia como durante a noite. Este produto tem uma eficiência acima da média, com um custo de produção reduzido para populações sem acesso à rede elétrica.

Ao longo de oito edições, o Arrisca C já ajudou na criação de mais de 20 empresas e já distribuiu cerca de 760 mil euros em prémios.

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