O coordenador do projeto, Ermano Aparo, explicou à Agência Lusa que se trata de um espaço para a preparação de alimentos "wireless".

Para funcionar - explicou o coordenador - não é preciso água ou eletricidade porque o espaço tem um reservatório interno que garante uma autonomia até 30 litros e possui um sistema de bateria de 12 volts que garante a iluminação aos cerca de 28 metros cúbicos da cozinha que também está equipada com um módulo compacto de forno e placa a lenha, uma geleira para conservar os alimentos, e uma micro estufa para plantas aromáticas.

Ao que apurámos, foram 19 os alunos envolvidos no projeto. Durante um ano e meio os alunos investigaram e construiram a cozinha em parceria com três empresas: Costa & Sá (Viana do Castelo), a Gamadaric (Oliveira de Azeméis), e a Corticeira Amorim (Santa Maria da Feira). O projeto foi ainda concebido com o apoio de outros cursos do Instituto Politécnico de Viana do Castelo entre os quais, o de Engenharia Alimentar que permitiu que o espaço possa garantir segurança alimentar na confeção dos alimentos.

Ermano Aparo explicou ainda à Lusa que a cozinha desenvolvida poderá ter aplicação prática "em eventos efémeros", como "showcooking" ou festivais. Contudo - referiu - "o objetivo é que possa ser colocado ao serviço das pessoas, por exemplo, em situações de desastres naturais, ou em países menos desenvolvidos, já que permite a preparação de refeições com qualidade alimentar".

No site da Instituição de Ensino lê-se que o espaço, de cerca 28 metros cúbicos, é construído com uma estrutura completamente desmontável, recorrendo a materiais como o metal, a fibra de vidro, o alumínio, o corian, mas também integra materiais naturais como o aglomerado de cortiça, a madeira e o junco.

O espaço NMEETON carateriza-se por ser autossustentável, não tendo necessidade de nenhuma ligação a qualquer rede, tanto elétrica como de água, apresentando soluções inovadoras como uma moderna geleira para conservar os alimentos, uma micro estufa para plantas aromáticas ou um módulo compacto de forno e placa a lenha.

Amanhã, no decorrer da apresentação do projeto, a chefe Margarida Rego vai confecionar uma refeição para demonstrar a funcionalidade da cozinha "wireless".

De referir que, em 2014, os alunos do IPVC agora envolvidos no projeto da cozinha criaram, também em parceria com empresas e instituições locais, uma bicicleta com três rodas, em madeira e com motor elétrico. Esta criação teve muito sucesso. O mesmo é esperado para a cozinha. Mas à comunicação social o docente disse que esta cozinha "quer mostrar que a investigação aplicada, num modelo de experimentação académica, pode tornar-se um instrumento fundamental para a criação de novos modelos de desenvolvimento entre o mundo empresarial e a academia".