A maior renda de bilros é de Vila do Conde e já entrou para o Guinness

Uma peça gigante, produzida por mais de uma centena de rendilheiras, foi o suficiente para o Guinness World Records abrir as portas às tradicionais rendas de bilros de Vila do Conde. O anúncio foi feito pelo júri oficial do Guinness World Records, Fortuna Burke, que mediu e confirmou a autenticidade das rendas.
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Foi com grande expetativa e uma forte emoção que se ouviu o anúncio feito, ontem, domingo, pela júri oficial do Guinness World Records, Fortuna Burke, que mediu e confirmou a autenticidade do trabalho, registando que é de Vila do Conde a maior renda de bilros do mundo.

Ao todo, a peça que foi apresentada junto à Nau Quinhentista, perante o olhar de milhares de pessoas, mede 53,262 metros quadrados, e foi feita com oito quilos de fio de algodão. Exibe um total de 437 quadrados de 30x30 centímetros, todos com cores e formas diferentes, feitos por 150 rendilheiras de todas as idades.

A presidente da Câmara Municipal, Elisa Ferraz, não conteve a emoção e disse que "sentiu uma enorme alegria ao ver içada esta peça de arte de rara beleza, que saiu das delicadas e dedicadas mãos das nossas rendilheiras”.

Elisa Ferraz realçou, no decorrer da cerimónia, o facto de este reconhecimento ultrapassar fronteiras e projetar, ainda mais, as rendas de bilros no mundo. 

A responsável pela autarquia vilacondense terminou a intervenção salientando que “esta foi a maior homenagem alguma vez prestada às nossas rendilheiras” e aproveitou o momento para, mais uma vez, dizer "obrigado, queridas rendilheiras". De referir que o projeto de construção da maior renda do mundo foi liderado, por uma rendilheira da terra, Maria da Guia. 

A renda de bilros é realizada sobre uma almofada dura, cheia de palha ou algodão, cujas dimensões dependem da dimensão da peça a realizar, coberto exteriormente por um saco de tecido mais fino. A almofada fica sobre um suporte de madeira, ajustável, de forma a ficar à altura do trabalho da rendilheira.

No rebolo, é colocado um cartão perfurado, o pique (Portugal) onde se encontra o desenho da renda, feito com pequenos furos. Nos furos da zona do desenho que está a ser realizada, a rendilheira espeta alfinetes, que desloca à medida que o trabalho progride. Os fios são manejados por meio de pequenas peças de madeira torneada os bilros.

Em Portugal a arte da renda de bilros tem especial expressão nas zonas piscatórias do litoral, com maior relevo para Vila do Conde e Peniche.

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