Usain Bolt reforma-se aos 30 anos, pouco tempo antes de completar 31, de uma carreira brilhante no atletismo

Terminaram os Mundiais de Atletismo em Londres e terminou também a carreira de Usain Bolt nesta modalidade, garante o atleta. A corrida de despedida de Bolt teve um sabor agridoce. Apesar do percurso fantástico do velocista e da sua vontade de terminar em grande a sua carreira nos Mundiais de Londres, o relâmpago jamaicano lesionou-se na coxa esquerda, na última parte dos 4x100m. Deitado no chão, não conseguiu completar a prova. Recusou a cadeira de rodas que lhe foi trazida e coxeou até a meta com a ajuda dos seus colegas.
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Na prova dos 100 metros, Bolt perdeu para Justin Gatlin, arrecadando uma medalha de bronze. Se esta final dos Mundiais em Londres vai alterar alguma coisa no percurso lendário de Bolt, o próprio garante que não. Como alguém lhe disse, “O Ali também perdeu o último combate”.

Usain Bolt será sempre conhecido como o relâmpago jamaicano, não só pela sua velocidade, mas também pelo gesto do relâmpago que lhe é tão característico. A sua velocidade é tão mundialmente famosa, que até algumas marcas se inspiram na sua rapidez. Apesar de se ter reformado do atletismo há pouco tempo, Bolt poderá já ter novas perspetivas de carreira. Burt Albion, um clube de futebol da 2ª divisão inglesa, pretende propor-lhe uns testes e Bolt já fez testes no Borussia Dortmund.

Usain St. Leo Bolt, nascido a 21 de agosto de 1986, sempre teve o desporto no sangue. Jogava cricket e futebol na rua. Mais tarde, acabou por praticar cricket e a sua velocidade não deixou os seus treinadores indiferentes. Dedicou-se inteiramente à corrida, tendo o apoio e treino de Pablo McNeil, antigo atleta olímpico jamaicano.

Em 2002, teve a sua primeira vitória numa corrida internacional, no campeonato do mundo de juniores, ganhando a distinção de ser o atleta mais novo a conquistar uma medalha de ouro nesta competição. Nesse ano, foi também distinguido pela International Association of Athletics Foundation como uma “estrela em ascensão”.

Os seus arranques em corrida nunca eram muito potentes, o que levava os seus adversários a pensar que venceriam a corrida. No entanto, Bolt alargava cada vez mais a passada e ultrapassava todos. Era impossível não conquistar o público ao proporcionar corridas tão empolgantes.

Nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, Bolt, na altura com 22 anos, propôs-se correr as provas de 100 m e 200 m. A final dos 100 metros tornou-se um marco na sua carreira. Apesar do vento desfavorável e de ter um atacador desapertado, Bolt estabeleceu um novo recorde mundial ao ganhar com 9.69 segundos. Antes de cruzar a meta, ainda teve tempo para desacelerar e começar a festejar a vitória. Venceu três medalhas de outro e estabeleceu três novos recordes mundiais em Pequim.

Nos Jogos Olímpicos de Verão de 2012 em Londres, Bolt ganhou a quarta medalha de ouro olímpica na prova de 100 metros. Estabeleceu um novo recorde olímpico ao completar a corrida em 9.63 segundos. Na prova dos 200 metros, ganhou novamente a medalha de ouro. Bolt foi o primeiro homem a ganhar as provas de 100 e 200 metros consecutivamente nos Jogos Olímpicos. Foi também o primeiro a ganhar de seguida as medalhas de ouro nos sprints duplos. Os seus recordes tornaram-no no primeiro homem na história a estabelecer três recordes mundiais numa única competição olímpica.

Em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Bolt venceu a prova dos 100 e 200 metros e as estafetas, tornando-o no primeiro atleta a vencer três títulos consecutivos neste evento.

Usain Bolt é um atleta extraordinário que se retira agora da sua carreira no atletismo. Caso sobrasse espaço para dúvidas sobre a sua capacidade fora de série enquanto atleta, as suas medalhas falam por si: 11 medalhas de ouro em campeonatos do mundo e 9 medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos.

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