Quinta de La Rosa estreia-se na produção de cerveja artesanal

Depois da abertura do restaurante Cozinha da Clara, em maio passado, Sophia Bergqvist, co-proprietária e gestora da Quinta de la Rosa, propriedade duriense situada no Pinhão, apresenta outra novidade: a produção de cerveja artesanal. La Rosa Ipa é o nome da nova bebida.
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É com desmedido orgulho que a inglesa de coração português anuncia esta aventura, afirmando que está "muito contente por a minha família estar a fazer este projecto”. Brevemente a integrar o portefólio da Quinta de la Rosa estará uma dupla de cervejas artesanais – uma IPA e uma Lager –, traduzindo a ousadia e o quão visionária é a família Bergqvist, em Portugal há mais de dois séculos. Para já, o lançamento oficial é da ‘La Rosa IPA’, a cerveja que resulta de um blend em que metade estagiou num velho casco de vinho branco e a outra metade em cuba de inox.

Estamos perante uma aventura familiar, paralela ao mundo vinícola da Quinta de la Rosa, liderada por Philip Bergqvist (irmão de Sophia e co-proprietário da Quinta de la Rosa), com o apoio de Kit Weaver (filho mais velho de Sophia) e, claro está, de Jorge Moreira, o enólogo da Quinta de la Rosa, que teve que aprender o passo-a-passo da produção cervejeira. A identidade e a imagem da cerveja ‘La Rosa’ foi, por sua vez, criada por Mark Weaver (filho mais novo de Sophia). Mas a excelência do produto não seria a mesma sem a “mão” do mestre cervejeiro britânico Richard Naisby, ele que tem vindo a utilizar vinho do Porto da Quinta de la Rosa na produção personalizada de cerveja preta Stout Markus Aurelius.

Na composição da ‘La Rosa IPA’ – IPA significa ‘Indian Pale Ale’ designação que teve origem durante a colonização inglesa na Índia –, produzida na Quinta de la Rosa, foram utilizados a cevada Maris Otter com uma variedade de lúpulos – alguns foram adicionados nas várias fases de fabrico – e fermentos, nomeadamente, Nottingham Ale. Seguiu-se a fermentação em cubas de inox a uma temperatura de 10 graus centígrados durante cerca de 10 dias e, posteriormente, a sua estabilização. Cerca de metade do lote foi guardado numa velha pipa de vinho branco, ficando a restante parte fechada na cuba de inox. Mais tarde, ambas as partes foram misturadas e introduzidos fermentos secos para acentuar o aroma. Por fim, e antes de ser engarrafada, a cerveja artesanal ‘La Rosa IPA’ foi filtrada.

De cor dourada, a ‘La Rosa IPA’ é bastante aromática, realçando-se as notas frutadas, a lembrar a laranja e o maracujá, e florais – aromas dados pelos lúpulos utilizados e pelas barricas, de vinho branco da Quinta de la Rosa, onde fermentou e estagiou. É muito encorpada e plena de sabores, em que o seu pronunciado amargor equilibra o corpo e a torna deliciosa e fácil de beber.

Com sete por cento de álcool, estará disponível em barril e em garrafas de 50 centilitros. Está à venda na loja da Quinta de la Rosa por cinco euros e meio e no seu restaurante, Cozinha da Clara, assim como no do Six Senses Hotel.

A Quinta de la Rosa está desde 1906 na posse da família de Sophia Bergqvist. Com 55 hectares de área total, tem uma beleza extrema e uma excelente localização: em pleno coração do Alto Douro Vinhateiro, junto ao Pinhão, na encosta da margem direita, estendendo-se desde o rio Douro até uma altitude de 400 metros. Ideal para quem quer relaxar, desfrutando de uma privilegiada paisagem, que em 2001 foi classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade. Produtora de vinhos do Douro e Porto; azeite e vinagre do Douro; e mais recentemente de cerveja artesanal, a família Bergqvist dedica-se à arte de bem receber desde 1985, ano em que abriu portas ao turismo.

Depois da última reconversão, em 2017, a Quinta de la Rosa alberga 12 quartos e quatro suites, todos com vista para o rio Douro e acesso a uma piscina comum. Os preços variam entre os 135 e 165 euros. Existe ainda uma piscina privada, que pode ser usada em circunstâncias especiais. Possui ainda duas casas independentes, ambas com piscina privada: a Casa Amarela e a Casa de Lamelas, com cinco e três quartos respectivamente. Em Maio de 2017, e como homenagem à avó Claire, a Quinta de la Rosa abriu portas ao restaurante Cozinha da Clara.

No que toca ao enoturismo, além das visitas e das provas de vinhos, a Quinta de la Rosa tem ao dispor snacks, refeições vínicas e piqueniques. Os hóspedes podem ainda desfrutar de experiências únicas como nadar no rio Douro ou fazer caminhadas ao longo da icónica parcela de vinha Vale do Inferno, plantada antes da I Guerra Mundial e que conta com algumas das maiores paredes de xisto em todo o Douro.

Conhecer o património arquitectónico circundante; visitar as pinturas rupestres do Parque Arqueológico do Vale do Côa; passear a cavalo; navegar ou fazer um cruzeiro no Douro; ou andar de comboio num percurso à beira do rio, entre a Régua e o Tua, desfrutando de uma viagem única ao passado, marcada pela beleza da paisagem, são outras das actividades possíveis.

Sob a batuta enológica de Jorge Moreira, a Quinta de produz cerca 200 mil litros de vinho do Douro e 80 mil de vinho Porto, seguindo o método ancestral de pisa a pé em lagares de granito. O leque é muito completo no que toca ao vinho do Porto: Vintage; LBV; Colheita; Tawny 20 Anos; Tawny 10 Anos; Finest Reserve; Reserva Ruby; Fine Tawny; e Branco Extra Dry. A Quinta de La Rosa foi uma das primeiras a produzir os chamados vinhos de consumo. Em Portugal, comercializa as seguintes referências: La Rosa, La Rosa Reserva e Tim Grande Reserva, nos brancos; La Rosa rosé; e douRosa, La Rosa, La Rosa Reserva e Vale do Inferno, nos tintos. O Tim e o Vale do Inferno apenas em anos de excelência. De uma joint venture entre Sophia Bergqvist e Jorge Moreira nasceu o projecto ‘Passagem Wines’, vinhos feitos com uvas da Quinta das Bandeiras, propriedade que a família Bergqvist tem no Douro Superior.

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