Livro de investigadores da UA propõe nova abordagem para previsão demográfica

No litoral português, apenas as regiões do Cávado, Lisboa, Setúbal e Algarve podem não perder população até 2040 de acordo com o livro “A Demografia e o País: Previsões Cristalinas sem Bola de Cristal”, da autoria de três investigadores da Universidade de Aveiro (UA).
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No interior do país, a situação é ainda mais grave. O livro, editado pela Gradiva, propõe uma nova abordagem para as previsões demográficas, relacionando os indicadores da população com a evolução da economia. Os autores realizam um périplo para apresentação do trabalho. Dia 8 de setembro a apresentação decorre no Porto e, no dia 9, é a vez da UA.

A sinopse coloca três questões às quais o livro “A Demografia e o País: Previsões Cristalinas sem Bola de Cristal” procura dar resposta: “A Segurança Social vai colapsar? Quantos seremos daqui a 30 anos? O aumento da fecundidade resolve os nossos problemas?”. A sinopse garante ainda: “O futuro que aqui se aborda baseia-se numa análise séria. Esta demografia não é ficção.”

“Os estudos de prospetiva são escassos em Portugal, navega-se demasiado à vista”, comenta Eduardo Anselmo Castro, um dos três autores do trabalho, com José Manuel Martins e Carlos Silva, respetivamente professores e investigador do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território (DCSPT).

Em comunicado remetido ao VerPortugal, Eduardo Castro refere os setores da Educação e da Saúde como dois exemplos em que é notória essa escassez. Se um médico demora dez anos a formar, como é possível conceber uma estratégia para o setor sem previsões rigorosas sobre a sua evolução?”, pergunta. “Realizam-se estudos demográficos sem olhar para a economia; não há estudos demográficos sérios sem ter em conta a evolução da economia e vice-versa”, critica o professor e investigador.

Eduardo Castro coordenou o projeto demospin que, entre as suas conclusões, prevê a perda de aproximadamente um terço da população atual, em 2040, na faixa do interior do país que vai desde Trás-os-Montes ao Alentejo, mantendo-se a atual tendência da evolução do índice de fecundidade em Portugal e não havendo migrações. No entanto, o livro agora publicado vai além do projeto demospin e faz previsões para todo o país com base em três cenários.

De acordo com a metodologia seguida no livro e ainda que considerando o mais favorável dos três cenários que nele constam, apenas as regiões do Cávado, Lisboa, Setúbal e Algarve podem não perder população.

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