INEGI ajuda jovens a construírem miniatura de carro de F1 para competição mundial

O desafio lançado ao INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial partiu de um grupo constituído por três jovens portugueses, que formam equipa com mais três brasileiros, entre os 16 e os 19 anos, que vai este mês participar na final da "F1 in Schools", uma competição mundial que tem como objetivo construir um carro de Fórmula 1 em miniatura, recorrendo, sobretudo, a competências nas áreas da ciência, da tecnologia, da engenharia e da matemática.
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Considerada a maior competição multidisciplinar a nível mundial para estudantes, a "F1 in Schools" desafia jovens de todo o mundo a criarem a mais rápida miniatura de carro de Fórmula 1, com aproximadamente 20 centímetros de comprimento, propulsionado por uma garrafa de dióxido de carbono que, ao ser perfurada, faz com que o carro dispare.

Gustavo Carmo é o porta-voz da HedgeX, a equipa luso-brasileira que seguiu ontem, quinta-feira, para a Malásia para disputar a competição, a decorrer entre os dias 24 e 27 de setembro. Para o jovem de 17 anos, "o peso é o aspeto mais importante para ter o carro mais rápido, mas a aerodinâmica, que estivemos a estudar no INEGI, também é fundamental. Temos de conhecer bem os materiais, a sua densidade e resistência, para conseguirmos escolher os componentes onde podemos poupar peso”.

Com o projeto de engenharia entregue ao lado português da equipa, Gustavo Carmo, juntamente com Pedro Fernandes e Alexandre Pereira, decidiu pôr mãos à obra e procurar quem os pudesse ajudar a resolver as necessidades que surgiram ao longo do projeto. “Sentimos que precisávamos do INEGI porque há questões de engenharia que não percebemos tão bem e aqui podemos esclarecer vários assuntos ao mesmo tempo, da aerodinâmica à impressão 3D”, refere o porta-voz da HedgeX.

“Orientámos a HedgeX para alcançar otimizações que vão desde a seleção de materiais até ao processo mais conveniente de fabrico aditivo. Como resultado, potenciaram-se ganhos na qualidade da superfície das asas, assim como elevadas reduções no peso das peças. A combinação destes fatores, entre outros, permitiu obter um veículo com um peso global perto do mínimo regulamentar e com superfícies que potenciam os ganhos aerodinâmicos”, esclarece Luís Oliveira, especialista em Desenvolvimento de Produto e de Sistemas do INEGI.

Por outro lado, no Laboratório de Aerodinâmica e Calibração do INEGI, a equipa teve a possibilidade de realizar ensaios aerodinâmicos no túnel de vento, “avaliando o escoamento em torno do carro, com recurso a métodos visuais (linhas de fumo e tufo), bem como medindo o coeficiente de arrasto da viatura para uma comparação com simulações numéricas de dinâmica de fluidos. Com isto puderam perceber como podem integrar os resultados destes ensaios no desenvolvimento de características chave do carro”, acrescenta Miguel Marques, especialista em Aerodinâmica do INEGI.

A iniciativa "F1 in Schools" foi criada em 1999 e tem o apoio da Federação Internacional do Automóvel. É disputada em mais de 40 países e atinge mais de 20 milhões de estudantes por todo o mundo, num evento que faz parte das atividades do Grand Prix que encerra a temporada da Fórmula 1.

 

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