The Red Line: Transtorno de Personalidade Borderline

O DSM V classifica o Transtorno da Personalidade Borderline como "um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada" (DSM V, 2015: 684). Salienta, ainda, que o indivíduo expressa raiva inadequada e intensa ou tem dificuldades em controlá-la. Podem "demonstrar sarcasmo extremo, amargura persistente ou ter explosões verbais (…). Tais expressões de raiva costumam ser seguidas de vergonha e culpa, contribuindo para o sentimento de ter sido mau" (DSM V, 2015: 703).
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A personalidade pode ser analisada sob diferentes perspetivas: (1) tendências reativas e padrões que determinam a efetividade social do indivíduo, (2) ajuste habitual do organismo entre os impulsos e os estímulos exteriores e (3) sistema integrado de atitudes e tendências nas quais o indivíduo se ajusta às características do meio onde está inserido (Leal et al, 1997).

Allport (1975) assume que a personalidade é a integração entre todas as características do indivíduo que determinam a forma como este se comporta, ou seja, a personalidade é formada com base no percurso desenvolvimental e determinada por características biológicas, sociais e ambientais que estruturam e mantém o comportamento.

Na minha opinião a personalidade é um constructo que integra os traços psicológicos que definem um conjunto de cognições e sentimentos que, por sua vez, configuram um padrão de comportamento consolidado que caracteriza a forma do indivíduo se relacionar consigo próprio e com os demais.

Determinados traços de personalidade são considerados adaptativos, contribuindo para uma harmonia interior e permitindo um relacionamento flexível com os demais. Acontece, porém, que há traços de personalidade exagerados e inflexíveis, que promovem o sofrimento do indivíduo e comprometem o seu relacionamento interpessoal. Tais traços comprometem, por conseguinte, a adaptabilidade individual. E é aqui que está a «red line»: o limite entre o normal e o patológico.

A personalidade borderline ou estado limite pode incluir sintomas como condutas impulsivas (ex: condução sob efeitos de álcool) cujo resultado pode comprometer o próprio e os demais; períodos intensos de humor depressivo, irritabilidade ou ansiedade, os quais podem durar poucas horas até alguns dias; ira inapropriada e explosões de raiva (ex: berros despropositados, perante uma situação relativamente inócua), intensa ou incontrolável; relações interpessoais instáveis que alteram entre a idealização e a desvalorização; autoimagem destorcida ou instável; sentimentos crónicos de vazio; sintomas dissociativos, assim como esforços frenéticos para evitar o abandono por parte de amigos e familiares.

O DSM V classifica o Transtorno da Personalidade Borderline como «um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada» (DSM V, 2015: 684). Salienta, ainda, que o indivíduo expressa raiva inadequada e intensa ou tem dificuldades em controlá-la. Podem «demonstrar sarcasmo extremo, amargura persistente ou ter explosões verbais (…). Tais expressões de raiva costumam ser seguidas de vergonha e culpa, contribuindo para o sentimento de ter sido mau» (DSM V, 2015: 703).

Considerando o padrão comportamental deste distúrbio de personalidade, torna-se difícil lidar com os indivíduos portadores do mesmo, sendo aconselhável o encaminhamento para um tratamento adequado, tanto ao nível psiquiátrico, como psicológico.

Benedita Aguiar, Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde

 

 

 

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