A música esteve sempre presente na vida de Afonso Dorido, um jovem de Barcelos que, desde a adolescência habituou a família a ouvi-lo cantar e tocar. E foi o gosto que sente por esta área que o levou a fazer uma formação em guitarra clássica. Uma formação que o levou a adquirir as habilitações necessárias para integrar uma banda de música: Indignu. No entanto, em 2012 sentiu necessidade de criar um projeto a solo. "Precisava de deitar cá para fora as várias vertentes musicais paralelas à da banda a que pertenço" - disse ao VerPortugal Afonso Dorido. Assim nasceu o Homem em Catarse.
Apesar de saber trabalhar com uma série de instrumentos musicais, a guitarra é, sem sombra de dúvidas, aquele que melhor lhe assenta. É com ela que consegue deixar sair, em forma de música e canto, o que lhe vai na alma. "Uma mistura de sentimentos, uma panóplia de sensações" - diz ao VerPortugal o Homem em Catarse, como gosta que lhe chamem.
Em 2012 o sonho que tinha e que realizava momentaneamente em casa, tornou-se realidade, em público. O Homem em Catarse lançou o primeiro trabalho. Um EP com o mesmo nome com temas muito pessoais, com letras muito centradas em si, tal como o projeto.
Os primeiros concertos foram aparecendo. E o número de fãs foi aumentando pouco a pouco. Ao mesmo tempo que as atuações em público foram acontecendo, Afonso Dorido, começou a pensar no novo trabalho, apresentado há dias. Chama-se "Guarda-Rios". Um trabalho composto por temas escritos e compostos por si. "Faço questão de escrever e compor tudo o que canto e toco" - refere Afonso Dorido dando nota de que para este trabalho gravado numa editora de Barcelos que apoia projetos musicais emergentes teve apoio do produtor Filipe Miranda.
"Este trabalho fala de uma viagem feita pelo rio Cávado. E tal como o rio, o CD começa com temas calmos tornando-se, a pouco e pouco, mais turbulentos. Tal e qual como o rio que nasce e corre calmo e se torna mais agitado à medida que se aproxima da foz, do mar" - explica o mentor do projeto.
Afonso Dorido refere que "não coloquei de lado o outro projeto, o da banda. Dedico-me de igual forma aos dois porque são diferentes e em conjunto completam-me a nível musical". Para o cantautor, que adoptou o português como a sua língua para cantar, só assim faz sentido.
A pouco e pouco o número de fãs do Homem em Catarse tem aumentado. De tal forma que "quando subo ao palco sinto uma enorme adrenalina, um misto de sentimentos. Por parte do público espero compreensão, abertura e partilha".
Apesar de não ser uma estrela do mundo da música, Afonso Dorido diz sentir-se muito confortável com o patamar que já conseguiu atingir. "Mas ainda há muito para fazer. Um longo caminho a percorrer. É assim a nível da música quer o artista tenha uma carreira de dois meses, dois, 20 ou 50 anos" - acrescenta o barcelense que ja teve o privilégio de atuar em Espanha mas que, infelizmente, ainda não faz da música a única ocupação profissional. "O trabalho das 9h00 às 18h00 ainda é muito preciso. Por isso concilio a música com as tarefas laborais no escritório de uma empresa do ramo automóvel" - revela.
A conversa com o VerPortugal serviu ainda para o mentor do Homem em Catarse lançar algumas críticas ao Governo Português pelo fato de não haver um Ministério da Cultura e dos apoios a este tipo de projetos serem quase inexistentes. Afonso Dorido tem, por isso, de trabalhar muito e contar com a sua sorte. Mas lamentações à parte...o Homem em Catarse está a preparar já o próximo trabalho. Não levanta o véu sobre o que será mas diz que "em alguns dos concertos que tenho dado já vou testando alguns dos possíveis novos temas. Sempre quero ter já um feedback" - refere.
Por enquanto - conclui - pretendo divulgar de forma exaustiva o "Guarda-Rios" e, depois, logo se vê. Para a divulgação de todos os concertos, Afonso Dorido, inscreveu o Homem em Catarse na plataforma Pinstage, por forma, a que mais público possa atingir.
