Chinelos d'Avó já caminha no mercado internacional

A marca nasceu em 2013, em Seia, pelas mãos da designer gráfica Rita Paiva que, um dia se lembrou de desfazer um chinelo de trapos, igual aos que a avó costumava fazer, para, com restos de tecido, construir um par de chinelos novos. O que começou por brincadeira, depressa tomou grandes dimensões e transformou-se num negócio. Um negócio que acabou de passar fronteiras. Holanda e Alemanha são os primeiros clientes da marca Chinelos d'Avó.
:
  

Começou por brincadeira o negócio de Rita Paiva, uma designer de Seia. A curiosidade em ver como a sua avó fazia os próprios chinelos levou a empreendedora a desmanchar uns que encontrou em casa de uma familiar. Não foi difícil a confeção dos primeiros e dos seguintes, que ofereceu a familiares e amigos, a partir de roupas velhas, burel e outros tecidos. Sempre idênticos aos usados pelos antepassados de Rita Paiva. Assim nasceu, em 2013, o projeto Chinelos D'Avó. Um projeto cujos produtos têm feito furor não só nos pés de quem os compra em diversos pontos de Norte a Sul de Portugal, mas também nas notícias da comunicação social. O sucesso está a ser tal que as encomendas já começaram a chegar do estrangeiro.

Ao VerPortugal Rita Paiva conta que a primeira encomenda chegou da Holanda. "Uma empresa que faz reciclagem de tecidos, enviou algumas peças para que a partir delas fizesse chinelos para que eles vendam" - explica a mentora do projeto sem adiantar o dia de entrega nem a quantidade de pares de chinelos a fabricar. "Os protótipos já seguiram, com a etiqueta da marca deles, para que eles possam realizar os testes necessários" - acrescenta.

A segunda encomenda chegou da Alemanha. "Neste caso o cliente, com quem vou reunir nos próximos dias para acertar pormenores, não escolheu padrões. Apenas me disse que queria o máximo de pares de chinelos que fosse possível" - acrescenta Rita Paiva dando nota de que "independentemente das quantidade das encomendas, a qualidade no fabrico vai continuar a ser a mesma e a confeção será sempre manual. Só assim faz sentido continuar com a marca Chinelos D'Avó" - refere a mentora do projeto.

Fora de questão está, por enquanto, o aumento do número de funcionários. "Consegui criar um posto de trabalho mas, por enquanto, o aumento de postos de trabalho está fora de questão". Fora de questão está também o fabrico de uma linha de criança. "Já fiz alguns no início e, para além de em termos de preço ser um produto caro, não são muito bons para os mais pequenos. A linha que tenho, para homem e mulher, é a que vou manter" - acrescenta a jovem empreendedora que para começar a criar os Chinelos com restos de tecido, burel, roupas velhas, etc, teve de criar os moldes. "Usei o meu próprio pé para o primeiro molde, depois fui acrescentando e diminuindo centímetros para obter outros moldes e outros números" - explica Rita Paiva que precisa de uma hora para fabricar um par de chinelos.

Questionada pelo VerPortugal sobre o fato de como vão ficar as vendas em Portugal com o aparecimento de clientes estrangeiros, Rita Paiva refere que "os chinelos vão continuar a ser vendidos nas lojas onde até hoje estão à venda, e no meu atelier bem como também podem ser adquiridos online. O mercado nacional foi o que sempre quis mas houve esta oportunidade de alargar horizontes e...não quis perder". O que pode acontecer é ter de trabalhar um pouco mais, incluindo os meses de Verão, e colocar um pouco menos de produto nas lojas nacionais situadas diversos pontos do País.

Leia também: Chinelos D’avó reinventam tradição do calçado português

Mais nesta secção

Mais Lidas