Projecto LAR vai integrar famílias de refugiados e migrantes na Guarda

Quatro famílias de refugiados e migrantes vão trabalhar três hectares de cultivo na freguesia de Ima, na Guarda, num projecto-piloto de aculturação e fixação das comunidades deslocadas no país de acolhimento.
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O Projecto LAR é uma ideia desenvolvida por Bárbara Moreira, uma jovem defensora dos direitos humanos, que decidiu empreender um plano que ajudasse a encontrar um futuro mais risonho para quem tenta refazer a vida num país diferente. O projecto oferece mecanismos que os ajudam a ultrapassar as naturais barreiras culturais, linguísticas e psicológicas e garante formação e trabalho no meio rural do nosso país. Uma ideia abrangente que também tem como alvo a população migrante residente em Portugal, estimada em 300 mil pessoas, e as famílias de meio urbano altamente carenciadas que podem encontrar na terra uma nova orientação de vida.

O Projeto LAR “quer ajudar estas pessoas a reconhecer no seu país de acolhimento motivos para investir, crescer e criar um novo lar, ao mesmo tempo que incentiva o país de acolhimento a reconhecer nestas famílias futuros compatriotas que vão contribuir para a prosperidade e desenvolvimento do seu país”, sustenta Bárbara Moreira.

Nos projectos de integração governamentais existentes, há famílias que continuam a sentir-se deslocadas, por falta de oportunidades de trabalho, por falta de referências da sua cultura e por dificuldades económicas, que as levam a procurar outras paragens, onde já têm um amigo ou familiar que enfrentou o mesmo drama. É aqui que o Projecto LAR se quer diferenciar, ou seja, “garantindo trabalho, formação e casa para cada membro da família, para que se sintam atraídos a criar raízes no nosso país e aqui fixem residência a longo prazo, ou até de forma permanente”. A ideia está a dar os primeiros passos, mas se for coroada de sucesso, como acredita Bárbara Moreira, o modelo poderá “ser replicado em outros países de acolhimento de refugiados”.

O projecto técnico é da responsabilidade do engenheiro agrónomo Miguel Serrão, que desenvolveu um trabalho de avaliação da fertilidade dos terrenos. A escolha da Guarda prende-se, entre outros factores, designadamente a existência de terrenos aptos para cultivo, uma mão-de-obra rural muito envelhecida, bem como uma comunidade aberta ao rejuvenescimento do tecido social. Uma parceria estabelecida com um produtor local, Miguel Martins Costa, Unipessoal, Lda., foi uma alavanca essencial para conseguir levar o projecto por diante.

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