Universidades europeias querem Universidade Europeia

Dar primazia à resolução dos desafios levantados pela indústria e pela sociedade é um dos principais objetivos da Universidade Europeia, cuja criação foi proposta ontem, 28 de fevereiro, pelo Consórcio Europeu de Universidades Inovadoras (ECIU). Em Portugal, a Universidade de Aveiro (UA) é, para já, a única signatária do projeto apresentado à União Europeia (EU) que quer mudar o paradigma do ensino superior.
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“A candidatura da Universidade ECIU constitui uma proposta de uma Universidade Europeia com conceito disruptivo em termos de modelo educacional. Neste conceito de universidade dar-se-ão respostas aos desafios da sociedade e da indústria”, explica Artur Silva, Vice-reitor da UA.

O responsável pela área da investigação da Academia de Aveiro, uma das 13 universidades do ECIU que inclui ainda alguns gigantes da indústria aeronáutica, farmacêutica e de computação, garante que, sendo a proposta de financiamento aprovada pela UE, os parceiros do Consórcio “estarão prontos para fornecer soluções para os referidos desafios e novos conhecimentos a estudantes de toda a Europa”.

“Alguns estudantes usarão estes conhecimentos para os seus diplomas, enquanto outros utilizá-los-ão somente para obter passaportes de competências. Este será também um outro aspeto inovador da Universidade Europeia ECIU”, explica Artur Silva.

ECIU quer educação baseada em desafios

“As universidades membros da ECIU sempre foram empreendedoras. Estamos convencidos de que a educação baseada em desafios à escala europeia é o futuro do ensino superior e crucial para a competitividade internacional das universidades europeias”, aponta Victor van der Chijs, presidente da ECIU. Com esta proposta, “o Consórcio mostra que está pronto para inovar verdadeiramente no panorama da educação superior na Europa, sendo empreendedora e desafiando o pensamento convencional”.

Reinventar a relação com a sociedade e com os desafios que cercam as universidades europeias, responder às questões que o mundo está atualmente a enfrentar são, aponta Victor van der Chijs, “desafios que só podemos resolver juntos”.

“As nossas universidades têm pesquisa, conhecimento e pessoas. Conhecemos as partes interessadas da indústria e da sociedade, incluindo as suas necessidades”. Portanto, aponta o responsável, “a Universidade ECIU reunirá as necessidades dos alunos e das partes interessadas e mudará a nossa forma de oferecer educação, desde o ensino básico ao desafio”.

Para resolver os desafios, as universidades da ECIU propõem reunir equipas de estudantes e pessoas da indústria e da sociedade. “Todos os alunos têm diferentes origens e, portanto, diferentes necessidades de conhecimento e habilidades. É exatamente isso que a Universidade ECIU, os seus parceiros e os seus stakeholders irão atender”, explica Victor van der Chijs. Resolver os desafios dessa maneira “fornecerá soluções para as partes interessadas e novos conhecimentos para os alunos que usarão esse conhecimento para seus diplomas, outros o documentarão num passaporte de competência”.

Iniciar em novembro de 2019

Se for financiado, o projeto da Universidade ECIU terá inicio em novembro de 2019. A primeira fase do projeto terá a duração de três anos, durante os quais o conceito será desenvolvido. No primeiro ano, a Universidade ECIU começará com vários pequenos desafios transnacionais, envolvendo stakeholders, estudantes, professores e cientistas.

Para além da UA fazem parte da ECIU a Universidade de Aalborg (Dinamarca), a Universitat Autònoma de Barcelona (Espanha), a Universidade da Cidade de Dublin (Irlanda), a Universidade de Tecnologia de Hamburgo (Alemanha), a Universidade de Linköping (Suécia), a Universidade de Tecnologia de Kaunas (Lituânia), a Universidade de Nottingham (Reino Unido), a Universidade de Stavanger (Noruega), a Universidade de Trento (Itália), a Universidade de Tampere (Finlândia), a Universidade de Twente (Holanda), e o Tecnológico de Monterrey (México).

O consórcio tem como parceiros alguns dos colossos das indústrias aeronáutica, farmacêutica e de computação como a Airbus, a Cisco, a Engineering Ingegneria Informatica SpA, a Ericsson AB, a Intel, a Lietuvos Energija, a Lyse Group, a NXP, a Ponsse, a Sandoz Industrial Products, a Gruppo Novartis, a Sick AG e a Suez Environment.

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