Famalicão promove cultivo e produção do linho e da seda

As Hortas Urbanas do Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão, vão acolher o cultivo do linho e da seda, no âmbito de um projeto inovador promovido pela autarquia famalicense e a “Saber Fazer”, envolvendo ainda o Museu da Indústria Têxtil e as escolas do concelho.
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Serão dois talhões de terreno, com 100 metros quadrados cada que irão receber este projeto singular – concretizado unicamente na Fundação Serralves, no Porto e agora em Famalicão – que tem como objetivo desenvolver um programa integrado de produção-aprendizagem dedicado à educação e investigação do têxtil, destinado tanto ao público em geral como à comunidade escolar.

O projeto com duas vertentes, um curso de longa duração cujas inscrições estão já esgotadas e várias oficinas destinadas às escolas e também ao público em geral, irá percorrer todas as etapas da produção do linho e da seda, desde a plantação, cultivo, tecelagem e tinturaria natural, sendo que para a concretização desta última etapa serão cultivadas plantas tintureiras.

O curso de longa duração arranca já este sábado, dia 8, a partir das 9h30, com 25 participantes oriundos de todo o país. A oficina será aberta ao público em geral.

Durante toda a Primavera será cultivado o Linho e obtida a sua fibra, e também criado o bicho-da-seda de forma a obter a seda. No Outono, o foco será dado ao processamento e transformação destas duas fibras têxteis, com destaque para a tecelagem e tinturaria.

Para o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, "com esta micro-produção de fibras pretende-se não só criar um campo de experimentação e aprendizagem, mas também recuperar uma base de conhecimento das técnicas de produção de pequena escala que, perante o desenvolvimento da indústria têxtil, deixaram de evoluir com a passagem de geração em geração, mas que nos tempos que correm se tornam cada vez mais procuradas”. Neste campo, "o Museu da Indústria Têxtil poderá ser um campo de experimentação e aprendizagem, apoiado não só na prática regular, mas também no conhecimento dos profissionais e artesãos que virão partilhar o seu conhecimento em diversos momentos ao longo do ano, mantendo a ligação com a produção industrial da região do Vale do Ave”, acrescenta o autarca.

Refira-se que o contacto direto do público com os ciclos de produção e técnicas de transformação das fibras, permitirá a sensibilização para as questões urgentes que rodeiam a produção e consumo têxtil atual, sejam estas de sustentabilidade ambiental ou social.

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