Trinta por uma Linha: design e tradição, mobiliário que conta Portugal

A falta de um lugar no mercado de trabalho e a vontade de trabalhar em Portugal e na área do Design levou Catarina e Margarida a juntarem-se e a criarem o próprio emprego. Assim nasceu a Trinta por uma Linha, uma marca de mobiliário que visa contar, através de cada peça, um pouco da história de Portugal. A primeira linha de mobiliário criada pela marca, explora materiais portugueses, como o pinho, o burel e a nossa tão famosa cortiça. A Trinta por uma Linha leva Portugal não só nos materiais que utiliza, como também,nos conceitos que originam as peças. Conceitos esses que se formam nas expressões populares portuguesas e que dão origem ás peças desenhadas e produzidas pela marca.
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Como surgiu a marca? Há quanto tempo?

Trinta nasceu, não só por ser uma ambição das duas fundadoras, mas também para preencher uma lacuna nas nossas carreiras profissionais (emprego na área). Trabalhar em design e em Portugal, não é simples, e o nosso objetivo sempre foi podermos marcar realmente a diferença e ser uma referência neste mundo, pelo que achámos sendo nós jovens designers seria a oportunidade de iniciar a nossa carreira profissional também com o lançamento da nossa marca. 
Tudo aconteceu há cerca de um ano. Na sessão de criatividade, identificámos os potenciais conceitos a trabalhar para garantir uma marca forte e diferenciadora. A solução para este primeiro problema, foi relativamente simples de encontrar: Portugal. Portugal, o nosso país, que tem muito para oferecer e de elevado valor mundial! Este foi assim o ponto de partida. A seguir veio o Portugal Tradicional, a exploração da Língua Portuguesa e as expressões populares, tudo conjugado com a produção e as matérias primas 100 por cento portuguesas. 

Quem foram os mentores da Trinta por uma Linha?

Trinta nasceu connosco - Margarida e Catarina, formadas na Universidade Lusófona.

Onde é a sede ou de onde são os mentores?

Atualmente estamos em processo de desenvolvimento na incubadora de Industrias Criativas e Tecnológicas da universidade em Lisboa, a PLAY - Projects Lab Alliance for You. O mentor do projeto é um dos responsáveis da incubadora, o professor Rui Ribeiro, que nos tem acompanhado no desenvolvimento da estrutura de negócio do projeto.

Que formação têm os mentores do projeto?

Somos ambas licenciadas em Design de Equipamento e Espaço. 

A nível de investimento, este foi elevado? Que apoios conseguiram?

Nesta fase o investimento tem sido controlado, sendo que fundamentalmente o maior investimento foi o empenho pessoal. O financeiro tem sido no desenvolvimento dos protótipos base, onde a dificuldade foi o de garantir os fornecedores ideais para o nível de qualidade elevado pretendido. Não podemos deixar de referir que a Trinta, que ainda está no inicio de vida tem tido ajudas preciosas como: Rui Ribeiro , Paulo Fernandes, os nossos familiares e, claro, a incubadora PLAY YOUR IDEA.

Que peças já foram lançadas? Qual a vossa preferida e porquê?

Temos neste momento seis peças em comercialização (mais virão!!!). Não temos nenhuma preferida, mas podemos dizer que a cadeira "sem pés nem cabeça” é a peça pela qual temos mais carinho, pois foi a primeira peça da Trinta a nascer. 

Cada uma das peças é idealizada e produzida pelos mentores ou recorrem a terceiros na produção?

As peças são desenhadas por nós. As matérias-primas que trabalhamos exigem um conhecimento elevado do material e de como trabalha-lo. Por esse motivo, e para garantir a melhor qualidade das peças, a produção é realizada por uma fábrica creditada e qualificada para tal, com quem realizámos um acordo de parceria.

De onde vem a matéria-prima para as peças?

A cortiça que utilizamos é-nos fornecidas pela principal corticeira do país, o tecido burel é-nos fornecido pela BUREL FACTORY e o pinho é também de fabrico português. 

A que tipo de materiais dão preferência?

Neste momento, trabalhamos estes três: cortiça, pinho e burel, mas não temos nenhuma preferência, pretendemos trabalhar noutros materiais, mas sempre mantendo o conceito de ser matéria prima 100 por cento portuguesa.

Em que se inspiram para criar cada uma das peças? Elas contam histórias?

O conceito é simples de explicar:  uma expressão popular - uma peça. O processo é perceber o que significa a expressão, e materializa-la. Elas não contam propriamente uma história, mas sim refletem a expressão portuguesa que lhe deu origem. 

Que mensagem procuram transmitir com cada uma das peças?

A missão da marca, é transportar Portugal em cada peça e despertar a curiosidade do utilizador na expressão que lhe deu origem, no fundo na cultura popular portuguesa. 

A marca/empresa já criou postos de trabalho?

Estamos no início desta aventura, mas sim podemos dizer que dois postos de trabalho, os nossos. E mais virão! 

De que forma podem ser adquiridas as peças? Há loja física?

As peças poderão ser adquiridas através da nossa web-store, que ficará online brevemente. Por agora, podem ser vistas na nossa pagina de Facebook e via email.

A internacionalização está nos vossos planos?

Sim! A internacionalização sempre esteve e está nos nossos planos. Tanto que o site (em construção) e os e-mails da marca têm a designação em inglês, para facilitar a entrada no mercado internacional. Trinta por uma linha, não pode ser traduzido à letra, e também não é fácil de pronunciar no estrangeiro, daí a opção por “Thirty Line Design”.

Em que eventos/feiras pensam participar no sentido de divulgar a marca?

Este ano, em Portugal, na LXD - FIL. Nos próximos anos , esperamos conseguir estar em feiras como HABITÁ - Valência, MAISON AND OBJECT - Paris e NY entre outras… 

Que feedback obtêm por parte de quem vai conhecendo a marca?

O feedback é bastante positivo, tendo inclusive já ficado em terceiro lugar no concurso de inovação da incubadora, com um júri constituído por Venture Capitals, Business Angels e outros empreendedores.

Peças por encomenda ou em série é vosso objetivo fazer?

Não há duas peças iguais, porque são feitas de outra parte do bloco de cortiça ou mesmo de outra placa de pinho. As peças são produzidas mediante as encomendas, não trabalhamos com stocks. 

Já venderam muito?

O fruto do nosso trabalho está agora a começar a crescer. Estamos em fase de divulgação. O primeiro cliente já apareceu, e que connosco tem colaborado na própria usabilidade e criatividade.

 

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