Vikings em Famalicão

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De 22-06-2017 até 25-06-2017

É já a partir de quinta-feira, dia 22 de junho, que Vila Nova de Famalicão, mil anos depois, vai acolher de novo a passagem dos povos oriundos do norte da Europa a que habitualmente chamamos de Vikings. Até ao dia 25 todos terão oportunidade de contactar de perto com a cultura dos povos normandos e de reconhecer nesta mesma cultura alguns traços da História europeia.

Esta é a proposta da Feira Medieval e Viking, organizada pela Escola Profissional CIOR em parceria com a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que decorrerá de 22 a 25 de junho na Praça D. Maria II.

Associar a temática Viking à Feira Medieval que a CIOR tem por tradição organizar há muitos anos, foi introduzir uma marca que a torna única e original no contexto nacional. De facto, até hoje, desconhece-se que em Portugal alguém assinale as incursões normandas/vikings no nosso território nacional da forma como Vila Nova de Famalicão se propõe fazer.

Se uma “normal” Feira Medieval ou outro evento de cariz histórico pretende não apenas ser uma ocasião de lazer mas servir como aula de história para milhares de pessoas, a Feira Medieval e Viking pretende dar a conhecer uma parte da história nacional que permanece no profundo desconhecimento da esmagadora maioria da população e também ser um evento de alegria e bem-estar para todas as pessoas.

Vikings em Famalicão?

A questão pode ser suscitada por quase todos os que ouvem falar pela primeira vez na temática e associada ao concelho de Vila Nova de Famalicão. A organização está ciente da estranheza que pode assolar ao pensamento da generalidade das pessoas, por isso é reforçado o aspeto didático.

Já em 2016, Vila Nova de Famalicão recordou os mil anos sobre um acontecimento histórico devidamente documentado: a incursão normanda/viking que destruiu o Castelo de Vermoim.

De acordo com os registos arqueológicos do Município de Vila Nova de Famalicão, a primeira alusão ao Castelo de Vermoim é uma breve referência dos “Annales Portucalenses Veteres”, que relata uma incursão e ataque de normandos, a 6 de setembro de 1016 (ainda que haja quem aponte a hipótese de ter ocorrido entre os anos de 1015 ou 1017).

Trata-se de um período da nossa história coletiva que padece de um profundo desconhecimento e no qual encontramos mais referências milenares ao território, hoje Vila Nova de Famalicão.

O território do concelho de Vila Nova de Famalicão é, desde tempos imemoriais, estrategicamente crucial para o acesso dos povos do litoral para o interior. Por essa razão, a defesa do território também se fazia por aqui.

Ora, segundo relatam as mesmas referências bibliográficas milenares, foi no Castelo de Vermoim que o então conde titular do Condado Portucalense, D. Alvito Nunes, organizou a defesa do território contra a incursão viking que provinha do litoral e que teria como alvos principais, o assalto e pilhagem dos dois maiores centros urbanos da região: Guimarães e Braga. Pois foi em Vermoim, no território que hoje é Vila Nova de Famalicão, que os Vikings encontraram quem lhes fizesse frente.

Aposta em mais uma imagem de marca

A atual estratégia de marketing dos territórios passa pela adoção de imagens de marca próprias e inegavelmente intrínsecas às suas origens. A imagem do Portugal Medieval é comum a praticamente todo o território nacional e, por esse facto, é possível organizar-se uma feira medieval em qualquer local, sem que ninguém consiga colocar objeções. A Escola Profissional CIOR ao assumir a temática Viking está a colocar um selo identitário próprio a um evento que se quer diferenciador das demais organizações medievais. "À partida, Vila Nova de Famalicão consegue uma vez mais inovar ao agarrar nesta oportunidade de contar “um milénio de histórias” a todos aqueles que sempre se habituaram a encarar o território famalicense como uma “terra sem história” apenas pelo facto de não ter a sorte de possuir um castelo ou um imponente palácio ou um templo religioso multissecular de referência”, afirma Paulo Cunha. "Famalicão não só tem história como tem um milénio de grandes histórias de que se orgulha e que, agora, no século XXI, quer partilhar e vivenciar com todos”, destaca ainda o autarca, convidando todos a tirarem partido desta oportunidade de passarem um tempo de qualidade ao nível do lazer e do contacto com a História do concelho, da região e do país.

Os Vikings estão de volta a Vila Nova de Famalicão e vão quebrar desconhecimentos e até mitos que se criaram à volta destes personagens oriundos das terras frias do norte europeu. Estes passos só são possíveis porque são aproveitados o conhecimento e experiência organizativa da Escola Profissional CIOR. Será o momento mais apropriado para, de uma forma natural e interativa, se possa explicar aos famalicenses e aos milhares de pessoas de todas as idades que são esperadas no Parque D. Maria II, que há 1000 anos este território que hoje é Vila Nova de Famalicão era estratégico no contexto de toda a região e que nem os Vikings prescindiram de por aqui passar e deixar as suas marcas. Aliás, por curiosidade, a singularidade da temática já levou a que a CIOR conseguisse as atenções de dois patrocinadores de referência nacional – REN e Brasmar – por acreditarem nas potencialidades do evento.

Festa e História

Centenas de figurantes, músicos, atores, malabaristas, acrobatas, cavaleiros, bailarinas, mercadores e muito mais recriarão todo o cenário milenar. Além da programação, durante os quatro dias de feira, os visitantes poderão usufruir de uma forma permanente do mercado medieval; jogos medievais e vikings; figurantes da época; música da época; exposição de animais de grande e pequeno porte; exposição de artefactos de tortura e morte; recriação da aldeia do povo europeu e viking; recriação da aldeia dos leprosos; animações por todo espaço.

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