Primeira clínica "Fallsensing" disponibiliza tecnologia inovadora à população de Coimbra

A primeira clínica de fisioterapia a aplicar uma tecnologia inovadora desenvolvida pelo projeto “Fallsensing”, que pretende diminuir o risco de queda na população, promove uma ação de sensibilização e rastreio junto de pessoas com mais de 65 anos em Coimbra.
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O projeto “Fallsensing” tem vindo a desenvolver um sistema de rastreio de quedas, com a criação de soluções tecnológicas que auxiliam o rastreio do risco de queda, e o desenvolvimento de planos de prevenção adaptados ao nível de risco da população. No âmbito desta investigação, liderada na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) pela docente e investigadora Anabela Correia Martins, foi desenvolvida uma plataforma portátil ligada a sensores, que substitui os instrumentos tradicionais, “pesados e disponíveis apenas em algumas instituições hospitalares ou faculdades”, explica a investigadora, e que, agregados a um protocolo de rastreio e avaliação do risco e a uma aplicação informática de registo dos dados, vai permitir criar uma base de dados de risco de queda representativa da população portuguesa.

Simultaneamente, foi criado um programa de exercícios terapêuticos com recurso a biofeedback, cujo objetivo é contribuir para aumentar a motivação dos participantes nos programas, além de fornecer informação mais detalhada sobre a postura e os movimentos realizados durante os exercícios, supervisionados sempre por um fisioterapeuta.

A clínica Physio Mondego, situada no centro histórico de Coimbra, é a primeira clínica a aderir a esta tecnologia, onde fisioterapeutas especializados nesta área avaliam o risco de queda da população, e aplicam um programa inovador de treino de equilíbrio e força. Para dar a conhecer as potencialidades desta nova ferramenta tecnológica, esta segunda-feira, 10 de julho, o estabelecimento abrirá as suas portas à população mais velha de
Coimbra que, desta forma, pode avaliar a força e equilíbrio, assim como o risco de queda, e dispor gratuitamente de um programa de exercícios para treino de equilíbrio e força, dirigido a pessoas com mais de 65 anos. 

Iniciado em novembro de 2015 por investigadores da ESTeSC, o projeto “FallSensing” é financiado pelo programa Portugal2020 e pelo Fundo de Desenvolvimento Regional da União Europeia e resulta de um consórcio liderado pela Sensing Future Technologies – empresa dedicada ao desenvolvimento e implementação de dispositivos médicos – a ESTeSC e a Fraunhofer Portugal – uma associação sem fins lucrativos que tem como missão promover a investigação aplicada, com o intuito de dar resposta às necessidades da população.

Na origem deste projeto está o crescente envelhecimento da população a nível global e particularmente em Portugal. Em 2014, 33 por cento dos habitantes em Portugal tinham mais de 55 anos e indivíduos com mais de 80 anos representavam 5,7 por cento da população total. De acordo com Anabela Correia Martins, em comunicado remetido ao VerPortugal, as quedas “são um problema muito grave de saúde pública e têm um impacto estrondoso”, explicando que “são a causa de metade das hospitalizações na população idosa” e, acrescenta, “são consideradas uma das principais causas de institucionalização e perda de independência e funcionalidade”.

A docente defende que o risco de queda pode ser reduzido “através do rastreio precoce e da prática monitorizada de exercício físico que melhore a força e o equilíbrio”, de “boas práticas para um envelhecimento ativo e saudável e um investimento sério em medidas de prevenção, lembrando que as causas são multifatoriais”. O projeto “Fallsensing” contempla, ainda, o desenvolvimento de programas de intervenção ajustados ao nível de risco da população, que deverão passar por exercícios para fortalecimento muscular e equilíbrio, programas educacionais e modificações ambientais.

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