i3S explica no COHITEC como diagnosticar depressão com análise ao sangue

Diagnosticar uma depressão com uma simples análise ao sangue? Sim! Maria Inês Almeida, Susana Santos, Inês Alencastre, Sofia Esteves e Bárbara Macedo do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) garantem que é possível e, por isso, desenvolveu uma ideia de negócio baseada num kit. Este, que vai ser apresentado na edição do COHITEC deste ano, é destinado a diagnosticar a depressão através da análise ao sangue. A equipa de investigadoras (as três primeiras do i3S e as duas últimas elementos da Unidade de Transferência de Tecnologia do Instituto) vão participar com a equipa sob o nome "MyRNA Diagnostics" (Biomarcadores Moleculares em Diagnóstico de Doenças).
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Ao Notícias da Universidade do Porto Inês Almeida explicou que "o diagnóstico da depressão é atualmente baseado em entrevistas clínicas que são subjetivas e dependem de um bom relacionamento entre médico e doente. Os prestadores de cuidados de saúde mental sentem necessidade de utilização de métodos sensíveis e específicos para melhorar a percentagem de pacientes com depressão que recebem tratamento eficaz".

Nesse sentido, disse Susana Santos ao Notícias da Universidade do Porto, que o MyRNA Depression Diagnostics é nada mais do que "um kit para detetar e quantificar um painel específico de biomarcadores moleculares numa amostra de sangue, o que permite um diagnóstico quantitativo e uma melhor monotorização da doença". A cientista garante que o produto desenvolvido por si e pelas colegas "não depende o operador nem das capacidades cognitivas do doente. Os resultados são analisados por um algoritmo e são fornecidos dentro de 24 a 48 horas após a colheita de sangue. A solução permite aos clínicos basear a suas decisões terapêuticas num teste biológico quantificável, diminuindo a prescrição excessiva, melhorando a precisão do diagnóstico e permitindo a monitorização da doença durante a terapêutica". O mesmo não acontece com as entrevistas clínicas.

O sucesso do MyRNA Diagnostics pode ser um dado adqquirido e conseguir entrar no mercado de trabalho para as mentoras. Porquê? Pelo simples facto de ter sido escolhido pelo Programa COHiTEC. No fundo, frisa Inês Alencastre ao Notícias da Universidade do Porto, "termos sido escolhidas validou a potencialidade comercial do projeto de investigação que está a ser desenvolvido e a forma como escrevemos a nossa proposta".

Maria Inês Almeida, outra das investigadoras, disse ao Notícias da Universidade do Porto está convencida de que a escolha do projeto por parte do COHITEC "permitiu-nos adquirir ferramentas de forma a transformar a tecnologia e os conhecimentos que adquirimos no laboratório num produto com viabilidade económica. Para além de adquirirmos conhecimentos em marketing, finanças e propriedade intelectual ajudou-nos também a melhorar a forma como comunicamos a ciência que fazemos para fora da comunidade científica".

Sofia Esteves e Bárbara Macedo, da Unidade de Transferência de Tecnologia do i3S, também se dizem muito satisfeitas. Participar no COHiTEC  é "uma excelente oportunidade e desafio por permitiu-nos consolidar capacidades adquiridas ao longo da experiência atual de Transferência de Tecnologia, bem como ter contacto com novas temáticas na área financeira e desenvolvimento de planos de negócio".

Concluída esta etapa, o próximo objetivo desta equipa é "continuar a trabalhar de forma a colocarmos o nosso produto no mercado o mais brevemente possível", lê-se.

Mas, o que é o COHITEC?

É um Programa de iniciativa da COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação. Foi criado em 2004 com o objetivo de apoiar os participantes na avaliação do potencial comercial dos produtos ou serviços resultantes das tecnologias que desenvolveram e induzir nos participantes competências na área do empreendedorismo e comercialização de tecnologias. Ao longo do programa, os participantes têm acesso a formação em temáticas relevantes para a comercialização das suas tecnologias (geração de ideias de produto e serviço, propriedade industrial, finanças, assuntos legais, desenvolvimento de modelos de negócios, elaboração de um plano de negócios, etc.).

O COHiTEC já apoiou 180 projetos que deram lugar a 37 empresas de base tecnológica.

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