Empréstimo para obras: até que ponto compensa pedir um?

O verão está a terminar e, como tal, nada melhor do que esta altura para fazer algumas remodelações em casa, dado que as condições meteorológicas estão favoráveis. Contudo, realizar obras não sai propriamente barato e é normal que não se disponha de todo o montante que é necessário. Como tal, o ComparaJá.pt fez as contas e revela se a alternativa do crédito pessoal para obras é atrativa, qual o prazo a escolher e quais são as condições que os bancos e/ou instituições financeiras oferecem.
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Não são raras as vezes em que, nesta época, se vê o vizinho da frente a pintar a sua vivenda ou o melhor amigo a construir um terraço e uma piscina. Também estão na moda as transformações dos quintais em pequenas áreas lounge com deck que deslumbram toda a família nas tardes de domingo. Quem tiver uma moradia, por exemplo, este é o melhor momento do ano para a pintar, uma vez que no inverno não é aconselhável devido à humidade.

Para quem está sempre a adiar aquelas pequenas renovações, mas decidiu que este ano é decisivo, vale a pena ver as opções que existem e avaliar se compensam.

Num cenário a 24 meses: a oferta é competitiva

As taxas de juro encontram-se atualmente em mínimos históricos, o que, para o consumidor, significa que é possível conseguir um bom financiamento junto de algumas entidades. Portanto, é o momento ideal para investir naquelas remodelações que são quase resoluções de ano novo que todos prometemos a nós mesmo que iremos realizar.

Elaborou-se um cenário de um crédito para obras no valor de 5.000€, a ser pago em 24 meses (dois anos) na totalidade. Os cálculos do mesmo não incluem os seguros que podem estar associados, de forma realizar uma comparação fidedigna dos valores reais das mensalidades.

Em Portugal não existem muitos bancos a providenciar soluções financeiras especializadas para obras, mas a verdade é que estas, de uma forma generalizada, possuem condições muito semelhantes às do crédito pessoal.

A tabela abaixo contém, para cada instituição e produto específico, o valor da TAN (Taxa Anual Nominal), a mensalidade a liquidar durante os 24 meses e ainda o montante total imputado ao consumidor (que é o valor total que se acaba por pagar no final do empréstimo, incluindo os juros):

 

Através da observação da figura constata-se que as opções disponibilizadas são bastante acessíveis, sendo que as mais competitivas na mensalidade acabam por ser as do Crédito Agrícola e da Cetelem: num crédito pessoal de 5.000€ a pagar durante dois anos, apresentam prestações mensais de 228€ e de 229€, respetivamente.

Como comparar as alternativas?

Efetivamente, para o consumidor, a prestação mensal acaba por ser o valor que salta mais à vista. Porém, quando se comparam as opções do mercado, deve ter-se em consideração igualmente o montante total imputado, pois será este fator que permitirá perceber qual é o valor total que se paga no final do empréstimo. Pode mesmo acontecer que a solução que possui a TAN mais elevada até nem seja a que tem o montante total mais alto.

A maior parte dos créditos para obras disponibiliza um financiamento até 50.000€ com um prazo máximo de 96 meses, mas quanto maior mais prolongado for o reembolso do empréstimo, mais dispendioso ficará. Tendo em conta o exemplo apresentado, para um valor de 5.000€ pode não compensar estender o financiamento por mais do que dois anos. Poucas pessoas desejam olhar para a sua sala e casa de banho renovadas e perceber que ainda têm muitos anos pela frente para pagar.

É de salientar também que, na altura da contratação, se se acrescentar a existência de fiança pode negociar-se uma TAN mais baixa.

Ainda existe uma opção adicional para quem já tiver um crédito habitação, recorrendo-se a uma extensão deste no banco. Supondo-se que a casa está avaliada em 100.000€ e que o montante em dívida é de 60.000€, existe alguma margem, por exemplo, para adicionar um empréstimo de 20.000€ a esse (se se tiver em conta que o banco em questão financia o imóvel até 80%, que é o mais comum nos dias de hoje).

Todavia, esta alternativa tem um senão: se para fazer esse empréstimo complementar para as obras for necessário fazer alterações no contrato do crédito habitação, o spread pode ser aumentado. Se tal acontecer, pode não compensar e, nesse caso, a melhor opção é a de avançar com o crédito pessoal. Tudo depende das vantagens e desvantagens que devem ser bem avaliadas.

Este artigo é da autoria da equipa do ComparaJá.pt , a plataforma gratuita de simulação e agregação de produtos financeiros de referência em Portugal.

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