Infante: o satélite português que se liga à Terra com o Instituto Pedro Nunes

O Infante será o primeiro satélite desenvolvido pela indústria portuguesa e institutos de investigação portugueses na área espacial. O Instituto Pedro Nunes, pela sua relação com a Agência Espacial Europeia, será o responsável pelo desenvolvimento de um trabalho de proximidade com a comunidade do projeto INFANTE, nomeadamente na aceleração de projetos com potencial de spin-in, bem como na transferência de tecnologias e promoção de oportunidades de negócio “espaço-terra”.
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O Infante é um projeto de desenvolvimento e demonstração em órbita de um microssatélite, a lançar em 2020, precursor de uma constelação para observação da Terra e comunicações com foco em aplicações marítimas. O projeto foi apresentado no passado dia 19 de outubro durante o Encontro Internacional do Cluster AED – Aeronáutica, Espaço e Defesa, em Oeiras.

O Infante será o primeiro satélite desenvolvido pela indústria portuguesa, articulada num consórcio nacional liderado pelo grupo Tekever, que integra nove empresas com referências no setor espacial como a Active Space Technologies, Omnidea, Active Aerogels, GMV, HPS e Spinworks; e 10 centros de I&D reconhecidos internacionalmente nas suas áreas de competência, como o CEIIA, FEUP, ISQ, FCT-UNL, INL, IPN, IPTomar, ISR Lisboa, IT Aveiro e UBI. O Infante irá estabelecer a base para novas linhas de negócio associadas ao setor espacial, baseadas em novos produtos, serviços e processos, contribuindo para reforçar a posição de Portugal no panorama internacional do Espaço.

O segmento espacial do Infante inclui um microssatélite modular e de baixo custo, equipado com um rádio definido por software com funções de vigilância aérea e marítima; sistema de propulsão para manutenção de órbita; painéis solares e respetivos mecanismos; e baía de carga com radar de abertura sintética (SAR) e câmara multiespectral, a par de experiências científicas e de validação tecnológica.

No segmento de solo, o projeto Infante inclui o desenvolvimento de um novo sistema para montagem, integração e teste expeditos, adaptado a pequenos satélites e lançamentos frequentes; e um data hub para agregar, processar e disseminar informação.

Juntam-se ao consórcio utilizadores de dados de satélite para apoiar a demonstração dos resultados do Infante, como a Autoridade Marítima Nacional, o IPMA ou o INIAV; outras empresas nacionais; e organizações internacionais como a Innovation Academy for Microssatellites da Academia de Ciências Chinesa, o Instituto Federal Fluminense do Brasil ou a francesa CLS.

O Infante decorre entre 2017 e 2020 e tem associado um investimento de 9,2 milhões de euros, executado por uma equipa de 150 investigadores, engenheiros e técnicos, dos quais 40 são doutorados. É cofinanciado por Fundos Estruturais no contexto dos Programas Mobilizadores do SI I&DT do Programa Portugal 2020.

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