Cinema Macau. Passado e Presente

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De 07-01-2018 até 18-02-2018

Após a exposição “Macau. 100 Anos de Fotografia”, o Museu do Oriente regressa a este território, agora pelo olhar do Cinema, trazendo ao público filmes de arquivo e de realizadores contemporâneos. As sessões do ciclo “Cinema Macau. Passado e Presente” decorrem de 7 de janeiro a 18 de fevereiro, às 17h00, com entrada livre.

Neste ciclo, que está organizado em sete sessões temáticas, com a curadoria da jornalista e crítica de cinema Maria do Carmo Piçarra, procura-se desvendar a pluralidade de olhares sobre Macau durante o século XX, bem como após a transição para a administração do território pela China.

Com início a 7 de janeiro, e estendendo-se até 18 de fevereiro, a programação do ciclo começa por revelar a percepção, durante o Estado Novo, de realizadores portugueses - tanto amadores (Antunes Amor) como profissionais que serviram a propaganda (Ricardo Malheiro) - sobre Macau, contrapondo imagens fixadas por cineastas estrangeiros ao serviço do Regime, como Miguel Spiguel e Jean Leduc. Mostra também como Manuel Faria de Almeida, um dos fundadores do Novo Cinema português que, posteriormente, ajudou a criar a Televisão de Macau, antecipou as angústias dos residentes no território com a perspectiva da transição da soberania.

Em contraponto a estas visões, apresenta-se a visão contemporânea de jornalistas e das novas gerações de realizadores portugueses, que viveram ou visitaram (Rui Pedro Guerra da Mata / João Pedro Rodrigues) ou vivem (Ivo Ferreira) no território, e o de uma realizadora sérvia (Nevena Desivojevic), que filmou, em Lisboa, a rememoração de um aspecto da vivência em Macau. O ciclo integra ainda investigações filmadas, assinadas por jovens jornalistas portugueses (Filipa Queiroz e Hélder Beja), que relevam traços da presença portuguesa durante o século XX.

“Cinema Macau. Passado e Presente” fixa, finalmente, as inquietações, aspirações e a sensibilidade da primeira geração de realizadores de Macau. Recorrendo a linguagens que vão do ensaio visual à animação e usando, sobretudo, o formato da curta-metragem, os novos filmes feitos em Macau, entre outros, por Albert Chu, Leong Kin, Cobi Lou, Hong Heng Fai, Cheong Kin Man e Tracy Choi – de quem é apresentada também a longa-metragem “Irmãs” (Sisterhood) – reflectem as mudanças na paisagem, física e humana. Aqui, os vestígios coloniais servem um certo onirismo e nostalgia, e evidenciam o paralelismo entre o crescimento da ilha e a multiplicação das imagens desta – e do mundo – numa sociedade de ecrãs.

Ao longo deste ciclo serão exibidos filmes do Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM), da Rádio e Televisão de Portugal (RTP) e do Centro de Audiovisuais do Exército (CAVE).

 

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