Labuta: luxo e conforto em calçado artesanal que visa homenagear profissões árduas

Esqueça a ideia de que o calçado para ser confortável tem de ser feio. A prova de que o conforto combina com estética foi dada pela Labuta, uma marca que visa criar, para os homens e mulheres calçado idêntico ao que outrora era usado por quem tinha profissões desgastantes. A marca chegou ao mercado de forma oficial há duas semanas e as encomendas não páram. A Labuta, criada por um trio de empreendedores de Leiria, também colocou no mercado malas e carteiras e prepara-se para lançar, dentro de dias, uma coleção de jeans.
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Paulo Faustino, Regina Santana e Pedro Olaio. São estes os fundadores da Labuta, uma marca de Leiria lançada no mercado há cerca de duas semanas e que visa comercializar, entre malas e carteiras, calçado para homem e mulher idêntico ao que os nossos antepassados, que desempenhavam atividades profissionais árduas, usavam.

Em conversa com o VerPortugal, Paulo Faustino conta que a marca surgiu um pouco por acaso. Num dia, no decorrer de uma conversa de café com outro dos mentores, a ideia de colocar no mercado calçado diferente surgiu. A ideia surgiu e o trabalho começou e em cerca de sete meses já foram entregues encomendas e os sapatos ou botas já podem ser adquiridos em alguns estabelecimentos. A nova marca que também comercializa malas, carteiras e se prepara para lançar uma coleção de jeans, está no mercado há cerca de um mês embora o seu lançamento oficial tenha acontecido há duas semanas.

"O Pedro, que entretanto estava sem atividade profissional, já tinha delineado algumas ideias para criar um produto diferente. Algo que pudesse prestar homenagem a quem, no passado, desempenhava duras funções profissionais" - explica Paulo Faustino que tal como Regina Santana não pensou duas vezes antes de se querer juntar a Pedro neste projeto.

Desenho após desenho, ideia após ideia, estava decidido o que produzir: a marca teria de homenagear as principais profissões dos anos 50, 60, 70 e 80, que além de fazerem parte da história de Portugal, quem as desempenhava tinha um desgaste físico muito grandes. Muitas delas exigiram e ainda exigem, uma preparação física acima da média, como é o caso dos mineiros e dos estivadores.

O pretendido já estava definido. Há, então, que partir para a parte da pesquisa de mercado para se conhecer melhor a história e quais seriam as profissões base da história da Labuta. Ultrapassada esta fase, foi altura de partir para os primeiros desenhos. "O objetivo era produzir algo moderno, confortável mas semelhante ao usado no passado. Os desenhos também foram feitos pelos mentores do projeto que tiveram especial cuidado para conceber algo muito versátil, diferente, mas ao mesmo tempo carregado de história. Feitos os desenhos passou-se à escolha da matéria-prima. "Também esta tem de ser portuguesa e, então, a marca que nasceu em Leiria, deixa que o  seu calçado seja produzido na Benedita, as peles compradas em Alcanena (terra onde são feitas as malas e carteiras), a lã usada para forrar o calçado vem de Castanheira de Pêra e as caixas para embalar chegam da Praia da Vieira de Leiria. Ao norte de Portugal, mais concretamente a Santa Maria da Feira, os mentores da Labuta só vêm buscar as solas.

Pormenor a realçar: todo o processo de fabrico é manual, feito por artesãos o que torna ainda mais português as peças da Labuta que já se encontram à venda em oito lojas de diversos pontos do País. O sucesso está a ser tal que Paulo Faustino não esconde a satisfação de ver todos os dias a serem feitos novos pedidos para que a coleção seja mostrada.

"Têm sido tempos de muito trabalho que os mentores têm de conciliar com as suas atividades profissionais" - explica Paulo Faustino dando nota de que apesar da esmagadora maioria das encomendas terem ainda sido só vendidas para Portugal já há interessados em colocar nos pés de estrangeiros um pouco da história de Portugal. "E com o lançamento do site em inglês, o que deverá acontecer na próxima semana, acredito que os pedidos vão aumentar.

Sem querer falar em números, Paulo Faustino, explica que os sapatos da Labuta são muito confortáveis e destinam-se sobretudo a países onde o frio é muito. Exemplo disso são os países nórdicos. "Todos os nossos sapatos e botas são forrados a lã o que os torna muito quentes" - refere o empreendedor que não deixa de referir que "a Labuta vai marcar presença em muitas feiras do setor no sentido de aumentar a produção e os clientes, para além de mostrar o que de bom existe por Portugal".

Enquanto as vendas de Inverno são feitas, a equipa já está a pensar na coleção de Primavera/Verão 2016. "Os novos modelos, que também vão retratar pedaços da história e da tradição portuguesa, já estão a ser desenhados" - acrescenta Paulo Faustino.

Entretanto, no mercado tal como os sapatos já estão carteiras, malas e mochilas. E tal como os sapatos também estes objetos são produzidos de forma manual e com elevada qualidade. Para breve, "dentro de duas a três semanas, a marca vai lançar um outro produto - os jeans". Todos os produtos vão ser vendidos, em lojas físicas e online.

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