Diagnóstico de cancro já não significa fim dos projetos de maternidade

O primeiro encontro médico-científico português sobre a doença oncológica na mulher grávida, que reunirá, no Hospital Privado da Trofa, no próximo dia 7 de novembro, mais de uma centena de profissionais do setor, procurará evidenciar, através da apresentação de casos, que maternidade e doença oncológica não são incompatíveis.
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"O diagnóstico de uma doença oncológica na mulher grávida ou em idade reprodutiva já não é motivo para adiar o início dos tratamentos ou a gravidez. Sem esquecer que cada caso é um caso, já há soluções terapêuticas capazes de evitar metástases e controlar a doença na mulher e impedir efeitos secundários no feto", afirma o obstetra Joaquim Saraiva, membro da comissão organizadora das VII Jornadas Materno-Infantis do Hospital Privado da Trofa, que fala numa "verdadeira mudança de paradigma".

Os cancros da mama, do ovário e do colo do útero na gravidez, as implicações da doença oncológica na saúde reprodutiva; a cirurgia conservadora para carcinoma do colo na mulher em idade reprodutiva; o papel do enfermeiro no acompanhamento de doenças oncológicas; e a criança nascida da mãe com doença oncológica serão alguns dos principais temas em debate entre obstetras, ginecologistas e oncologistas, de forma a harmonizar procedimentos multidisciplinares, tal como exigido pela complexidade da maioria dos tratamentos, para oferecer os melhores cuidados para a mãe, para o feto e para a fertilidade futura.

As estatísticas hospitalares apontam para um diagnóstico de cancro por cada três mil grávidas. "É verdade que ainda são casos raros, mas também cada vez mais frequentes porque as mulheres engravidam progressivamente mais tarde. As estatísticas ainda não conseguiram acompanhar o que a evidência já referenciou como uma tendência crescente", explica o médico Joaquim Saraiva para explicar a escolha do tema da edição deste ano das mais antigas jornadas médicas da hospitalização privada no Norte de Portugal.

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