Investigador do CCMAR convidado pela CE para estudo sobre gestão de pescas no Árctico

Karim Erzini, investigador do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), é um dos autores do estudo encomendado pelo Parlamento Europeu, sobre a gestão de pescas e Árctico, no contexto das alterações climáticas. Na próxima quarta-feira,11 de novembro, vai falar precisamente sobre este estudo, num seminário que inicia às 13h30 no Anfiteatro 1.8 do edifício 8 (Campus de Gambelas da Universidade do Algarve).
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O estudo publicado pelo Parlamento Europeu tem como objetivo fornecer uma ampla revisão e análise das implicações das alterações climáticas para o ecossistema do Árctico e quais as possibilidades de desenvolvimento de novas pescarias. As recomendações retiradas do estudo podem ajudar a prevenir ameaças ao ecossistema do Árctico que é atualmente considerado frágil.

Estima-se que as alterações climáticas possam afetar significativamente o Oceano Ártico, principalmente através do aquecimento e da redução da cobertura de gelo. Os modelos sugerem que a pesca no Ártico vai beneficiar de uma maior produtividade primária, com uma expansão de cadeias de distribuição, principalmente de espécies comerciais com baixa a média resistência. Neste cenário, coloca-se ainda a hipótese de disponibilidade de novas pescarias, especialmente em águas internacionais não abrangidas por Tratados de Gestão. 

Este estudo, realizado em colaboração com o "The Fisheries Centre” da Univeristy of British Columbia e "Innovative Fisheries Management”  (Universidade de Aalborg) fez uma revisão das alterações climáticas no Árctico reportadas nas décadas passadas, e analisou os mais recentes cenários de mudanças climáticas para o século XXI.

O estudo debruça-se ainda sobre o papel dos diferentes órgãos de administração e regimes de governança existentes, fez algumas previsões no que diz respeito ao desenvolvimento futuro da pesca e apontou algumas lacunas, deixando, no final, recomendações para a investigação e a política Europeia para o Árctico.

O Oceano Árctico contém grandes áreas de alto mar que estão fora da jurisdição nacional. Estas áreas são de interesse estratégico para a União Europeia, em termos de acesso a recursos naturais e transporte marítimo.

Tendo em conta o papel das alterações climáticas como potencial "multiplicador de ameaças", a Comissão e o Alto Representante para a Política Externa e de Segurança têm apontado que as mudanças ambientais estão a modificar a dinâmica geo-estratégica do Árctico, encaminhando assim para o desenvolvimento de uma política Europeia para o Árctico.

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