RedLight: presença no Web Summit "trouxe contatos diretos e indiretos que já estão a dar frutos"

Está incubada no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, e marcou presença na maior conferência de empreendedorismo do mundo - a Web Summit. Falamos da RedLight, uma empresa de software que nasceu em dezembro de 2012 pela mão de três empreendedores. A presença no Web Summit serviu, essencialmente, para conhecer quem há muito os mentores do projeto desejavam conhecer e obter novos contatos que já estão a dar frutos.
: Miguel Antunes e Tony Gonçalves
Miguel Antunes e Tony Gonçalves  

Como surgiu a empresa? Quando? Com que objetivo?

A RedLight Software nasceu em dezembro de 2012 quando os três sócios fundadores, Miguel Antunes, Tony Gonçalves e Mário Zenha-Rela, decidiram criar uma empresa de desenvolvimento de produtos de software, na altura ligada à construção de sistemas críticos. Entretanto, o mundo evoluiu e hoje a RedLight, ultimamente conhecida como (weare)redlight, tem alocado mais esforços ao desenvolvimento de aplicações web e mobile.

Quem foram os mentores? Que formação têm?

A formação acabou por ser muito homogénea, tendo os três sócios fundadores background académico de Engenharia Informática. Apesar do percurso académico de especialização ter divergido, a formação base acabou por ser a mesma, também porque nos primeiros passos que a Redlight deu era necessário concentrar conhecimento no ramo que procurávamos explorar, sendo este o de desenvolvimento de sistemas de informação. Felizmente, com o passar dos anos, os backgrounds académicos e até extra-curriculares de todas as pessoas que compõem a RedLight são bastante diversos e estamos bastante orgulhosos disso!

Que ajudas tiveram na criação da empresa?

A RedLight é uma empresa incubada no Instituto Pedro Nunes (IPN) mas sempre tivemos escritórios próprios fora das instalações do IPN. Não recorremos a fundos para a criação da empresa, o que nos permitiu manter um sentido de independência da qual nos orgulhamos muito.

Que projetos já foram desenvolvidos?

Já lhes perdemos a conta. O nosso passado está muito ligado a projetos de saúde, turismo e corporate. Relativamente aos últimos, estamos muito orgulhosos dos projetos que desenvolvemos com a MDRevolution (uma startup Norte-Americana com mais de 60M$ de investimento até ao momento) para criar o RevUp 2.0, uma plataforma de acompanhamento médico por parte dos hospitais que recolhe ativamente dados de plataformas que já são usadas pelos doentes, como as wearables Fitbit ou Withings; e o Storytrail.co, desenvolvido juntamente com a Bürocratik, que nos deu bastante visibilidade internacional.

De que forma promovem a empresa?

A nossa promoção acaba por ser feita em duas vertentes, uma mais próxima do tecido académico da cidade e outra mais genérica para o resto do país. Para Coimbra, temos uma relação fantástica com o Núcleo de Estudantes de Informática que resulta numa parceria que nos diverte todos os anos no Shift Appens (que se encontra a decorrer neste momento) e mais eventos como o Dot.works. Fora deste âmbito mas também direcionado para Coimbra, podemos falar dos workshops que organizamos dentro e fora do Nest Collective - a nossa casa, os MeetUps que organizamos e, deixando o melhor para o fim, os nossos estágios de Verão.

Para o resto do País temos relações fantásticas com Landing.jobs, resultando em patrocínios no Landing. Festival e a primeira organização da hackathon “What The Hack”, e com a Uniplaces com quem partilhamos uma relação muito boa. Mais a norte, os nossos amigos da Subvisual são pessoas maravilhosas e neste último ano apoiamos fortemente a RubyConf, um evento que achamos ser importantíssimo para a comunidade nacional de Ruby, da qual fazemos parte.

Outra coisa que fazemos ativamente é tentar mostrar o que se passa cá dentro, queremos mostrar transparência. Entre várias iniciativas que promovemos periodicamente podemos dar o exemplo do nosso encontro mensal de de empreendedorismo em Coimbra - o Coimbra Scene Meetup -, o nosso programa de estágios de verão e também o nosso ‘Sardine Tank’, um concurso de ideias interno para um desenvolvimento sério e dedicado de produto, pretendemos também fomentar a ideia de que qualquer pessoa que faça parte da nossa família tenha impacto no nosso roadmap! Também ajuda o facto do ‘Sardine Tank’ já ter dado muitas gargalhadas a quem nos pergunta sobre alguns dos projetos apresentados.

O que mudou com a presença no Web Summit?

A presença no Web Summit acabou por servir de desculpa para finalmente conhecermos algumas pessoas que queríamos conhecer já há algum tempo. No resultado global, esta primeira edição do Web Summit trouxe-nos contatos diretos e indiretos que já estão a dar frutos. Paralelamente, o Web Summit ajudou a criar uma melhor ideia daquilo que se faz em Portugal, não só dos nossos círculos mais próximos - que esses já conhecemos, mas tivemos oportunidade de perceber melhor o tecido tecnológico português.

Como foi a experiência de estar na maior conferência de empreendedorismo?

Foi caótico, mas interessante. Alavancamos muito a nossa rede de contatos e tivemos uma visão muito alargada de tudo o que se está a passar no panorama nacional e internacional de startups, o que é uma das grandes vantagens de participar num evento desta dimensão. Como vertente menos positiva, tivemos dificuldade em tirar valor das talks. A sua duração era demasiado curta, impedindo de aprofundar verdadeiramente o seu conteúdo, já para não falar da dificuldade de coordenar a calendarização das mesmas, dado a agenda concorrente intensa!

Pretendem voltar?

Claro! As oportunidades que o Web Summit traz a nível de contatos e potenciais negócios são enormes. Sabemos, no entanto, gerir as nossas expetativas a nível do que vamos concretizar, especialmente a nível da concretização de investimento.

Projetos a desenvolver a médio prazo?

Descentralizar a tecnologia de Lisboa! Criar mais sinergias direcionadas para o centro e para o norte, especificamente pela criação de estruturas como o Nest Collective e a Alpha Coimbra! Mas isso são contos mais alargados…. ;)

A internacionalização está nos vossos planos?

A RedLight nasceu com âmbito global desde a sua génese. Sabíamos que nos queríamos focar no mercado internacional desde a formação e, apesar de ter sido um investimento de grande risco para uma startup no momento da sua criação, conseguimos um sucesso maior do que o esperado nesse momento. Atualmente a RedLight conta com cerca de 80% do seu volume de negócio vindo de mercados internacionais, em particular dos EUA.

Postos de trabalho. A empresa já criou?

Atualmente somos 14 na RedLight, pelo que temos vindo a crescer bem nos últimos anos, sentindo sempre a obrigatoriedade de respeitar os postos de trabalho. Para além de um vencimento acima da média nacional, que é algo que neste ramo em Portugal ainda não é uma prioridade, infelizmente, procuramos sempre oferecer alguns perks que ajudem ao bem-estar e à motivação de todas as pessoas que fazem parte da nossa família. É isso que somos, uma família, e queremos que todos estejam felizes e confortáveis em todo tempo que estão connosco, que esperemos que seja longo.

 

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