Quanta Terra 2007: o que esperar de um branco dez anos depois?

Quanta Terra recupera o seu primeiro vinho branco, produzido em 2007, considerado pela crítica como o melhor ano da década. Um relançamento que conta apenas com 300 garrafas.
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O projeto Quanta Terra, a concretização de um sonho dos enólogos Celso Pereira e Jorge Alves, encontrou no planalto de Alijó, no Douro Superior, a tela em branco para as suas criações. É aqui, a cerca de 650 metros de altitude e com solos de transição entre xisto e granito, que encontraram o terroir certo para produzir vinhos mais frescos e com maior acidez.

Um dos capítulos desta história, contada a duas vozes, escreveu-se em 2007, ano em que foi produzido o primeiro vinho branco do produtor. À margem do desafio de se lançarem na aventura de criar um vinho branco na região, na altura ainda dominada pelos tintos, Celso Pereira e Jorge Alves enfrentaram um dos anos mais atípicos na viticultura.

O inverno chuvoso e a primavera húmida antecipavam uma colheita difícil onde qualidade e quantidade estariam comprometidas. Contudo, o verão fresco com temperaturas consistentes, aliado a técnicas de agricultura preventiva, permitiu que a maturação da uva fosse lenta e perfeita, abrindo caminho a uma vindima sem contratempos e com qualidade fora do comum.

A colheita de 2007 é, por isso, considerada uma das melhores da década para tintos e, em particular, para brancos, revelando todo o potencial da região. O décimo aniversário do Quanta Terra Grande Reserva Branco, primeiro e único branco do produtor, será assinalado com um relançamento deste vinho exclusivo em quantidades muito limitadas. Serão apenas disponibilizadas 300 garrafas.

A boa performance deste vinho, guardado durante uma década, confirma-se ao primeiro contacto. Elaborado a partir das castas Viosinho e Gouveio, apresenta-se com aromas intensos, notas de fruta de pomar a baunilha. Na boca é intenso, equilibrado e de boa estrutura, à qual se junta uma elegante acidez.

O Quanta Terra Grande Reserva Branco 2007, um vinho que exigiu e mereceu tempo e paciência, chega ao mercado em exclusivo pela OnWine Distribuição Nacional.

O que é, afinal, a Quanta Terra?

Os enólogos Jorge Alves e Celso Pereira, residentes na Região Demarcada do Douro, em parceria lançaram-se pelas encostas do Cima Corgo e do Douro Superior em demanda de solos e vinhas de eleição. Durante dois anos estudaram castas e porta-enxertos, altitudes e exposições ao sol. Quando se ficaram por duas propriedades com os parâmetros ótimos, fizeram micro-vinificações e decidiram-se por uma — a Quinta do Tralhão, no Douro Superior.

À cota média de 215 metros, exposição sudoeste e uma área de aproximadamente 30 hectáres, a quinta tinha 12 hectáres de vinha com 20 anos, porém em estado generalizado de abandono. Estava o milénio no fim quando o Celso e o Jorge firmaram a sociedade Quanta Terra, Lda. Visionários com um projeto de elevado potencial, mas sem meios financeiros para se fazer ao Tralhão, os dois enólogos acertaram-se de intenções e, em 2001, foram propor uma quota a Mário Joaquim, antigo proprietário. O acordo foi o começo de uma época memorável.

Ao abrigo do Programa Comunitário 797, a Quinta do Tralhão viveu então a maior reestruturação de sempre — terreno sistematizado em patamares de dois bardos, enxertos R110 de castas selecionadas a partir de clones da Cockburn´s (Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinta Roriz e Sousão).

Lançaram o vinho com o nome Quanta Terra, tendo este imediatamente obtido um consenso superlativo por parte da crítica. O mercado reconhecia e acrescentava mais uma referência no prestigiado universo dos vinhos portugueses, e o Quanta Terra respondia briosamente com um crescimento gradual da sua qualidade nas colheitas que se seguiram. Este prodigioso vinho do Douro obteve recentemente o reconhecimento exigente da crítica americana, com a classificação de 95 pontos (em 100).

 

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