Como surgiu a NAU?

A marca NAU - Nothing As Unique ® teve dois grandes fatores que potencializaram a sua origem: por um lado, uma vontade por parte dos fundadores de criar uma empresa em que os mesmos quisessem trabalhar e dedicar a sua paixão para a fazer prosperar e, por outro lado a descoberta de um espaço no mercado que acreditamos não estar preenchido até ao momento e que, consequentemente tem potencial para crescer e providenciar uma oferta diferenciadora aos consumidores.

O projeto deu os seus primeiros passos numa disciplina de empreendedorismo do Mestrado de Gestão na Católica Lisbon School of Business & Economics, onde os fundadores tiveram a ideia de criar uma cerveja Premium, que pudesse estar à mesa onde o vinho normalmente está. O desenvolvimento da marca, desde a execução de estudos de mercado, testes cegos, escolha dos segmentos de consumidores a atingir, formulação da imagem de marca até à criação de um protótipo (feito artesanalmente em casa de um fundadores) para testar o sabor, aromas e outras características da cerveja.

O feedback obtido foi excelente e assim decidimos avançar com o projeto de uma forma agora mais séria/extracurricular, partindo para a formulação de uma receita final até ao lançamento da Cerveja NAU atualmente.

Onde é fabricada?

Como alunos de gestão, analisámos o risco de várias alternativas de produção para esta fase inicial. A opção escolhida foi optar pelo outsourcing da produção, através de uma parceria estratégica. Os nossos parceiros são certificados em produção de cerveja, têm um know-how extremamente elevado neste ramo e as suas instalações situam-se em Aveiro.

No site da NAU lê-se que os ingredientes são 100 por cento naturais. Esses ingredientes são oriundos de Portugal?

Desde o início do nosso projeto, sempre tivemos a preocupação de maximizar a característica de “ser português”. Os três, temos um grande orgulho no nosso país e sabemos que muitos produtos portugueses competem entre os melhores a nível mundial. Assim sendo, os ingredientes que foram possíveis encontrar com grande qualidade em Portugal foram utilizados, os restantes foram importados.

Porquê produzir cerveja artesanal? O que distingue esta das demais que já existem no mercado?

Respondendo à primeira parte da questão: somos jovens e ao longo do nosso percurso de vida sempre tivemos uma cultura de amizade e boa disposição que muitas vezes se materializa em passar bons momentos com as pessoas de quem gostamos ao sabor de uma cerveja. No entanto, considerámos que faltava no mercado uma cerveja que fosse adequada para momentos de requinte ou de maior intimidade, como um jantar de família, um jantar romântico, entre outros… Adicionalmente, cada vez mais existe uma preocupação no consumidor em adquirir produtos naturais, sem grandes processos químicos e de conservação e que seja feita artesanalmente. Deste modo, surgiu a ideia de produzir uma cerveja artesanal.

Em relação à segunda parte da questão: primeiramente, a Cerveja NAU nasceu da vontade de criar uma cerveja que pudesse ser degustada, antes, durante ou depois de uma refeição. O grande objetivo na elaboração da receita foi o de proporcionar ao consumidor uma "viagem" de sabores, aromas e sensações. Contrariamente ao mais frequente de acontecer (ter uma receita formulada e tentá-la lançar no mercado), optámos desde o início em olhar para o “mercado” e para as características procuradas pelos consumidores, e a partir delas criar uma receita que satisfizesse esse espaço no mercado.

Em segundo lugar, a cerveja NAU é do tipo dark strong ale possui aromas e sabor distintivos, corpo encorpado, um nível alcoólico elevado para uma cerveja (8,5% ABV) e o seu sabor único traz consigo um novo conceito de cerveja e torna-a ideal para certos momentos de uma refeição ou de um convívio entre amigos, casais e/ou familiares. O foodpairing é também distintivo dado o sabor forte da Cerveja NAU, ficando extremamente bem com pratos de sabor igualmente forte, como bifes, ​e também como acompanhamento para entradas, como charcutaria nacional.

O investimento feito foi avultado?

Correndo o risco de repetição, como alunos de gestão, um dos conhecimentos bastante importantes a nosso ver que adquirimos ao longo da nossa vida académica e profissional é a mitigação do risco. Assim sendo, dividimos o nosso projecto em várias fases.

A primeira fase consiste no lançamento ao mercado de forma a obter feedback sobre a Cerveja em si – desde o sabor até ao design da garrafa. Para nós, o importante é que o consumidor goste da cerveja e sinta o mesmo prazer a degustá-la como nós sentimos em proporcionar-lhe esse momento. Só iríamos avançar com o contacto aos pontos de venda, se o feedback das pessoas fosse positivo. Dado este feedback positivo que temos alcançado nestas primeiras três semanas, prosseguimos para as fases seguintes que consistem na introdução no mercado, maioritariamente através do canal HORECA e lojas gourmet. Assim sendo, numa primeira fase, dado que optámos pela parceria estratégica na produção, o investimento foi na sua grande parte em custos variáveis para uma produção em pequena escala. O investimento necessário para as próximas fases será certamente superior mas é algo que estamos a analisar dia a dia.

As vendas já começaram? Para onde seguem as garrafas NAU?

Como já referido, as vendas começaram apenas à três semanas. Na primeira fase, de forma a obter o feedback do consumidor, as vendas foram feitas pessoa a pessoa, através de encomendas individuais. Atualmente, estamos em conversações com outros canais – HORECA e lojas gourmet – já estando presentes em uma loja gourmet (Rosmaninho Arte e ​A​romas, em Miraflores) e em vias de finalização de acordo para estarmos presentes em mais duas lojas. Para além das lojas gourmet, estamos também neste momento em negociações com uma conceituada​ cadeia de hotéis, e alguns reconhecidos restaurantes na zona de Lisboa. A marca é bastante recente e trabalhamos todos os dias para aumentar a área geográfica onde a Cerveja NAU está presente.

Para onde querem enviar a cerveja? Ou seja, que mercados pretendem alcançar?

Atualmente, estamos focados no mercado nacional dado principalmente a relativa juventude do projeto. No entanto, desenvolvemos a nossa imagem de marca para possível entrada em outros mercados e sonhamos um dia estar presentes fora de Portugal também. Como poderá ser visto numa garrafa de cerveja NAU, o nome da marca é NAU – Nothing As Unique, adicionalmente o facto do nome da marca ser pequeno e fácil de dizer também foi um dos critérios de escolha do mesmo de modo a viabilizar a internacionalização.

Qual o preço de cada uma das garrafas?

Atualmente, os preços variam consoante o canal de distribuição, estando dentro de um intervalo entre oito e 15 euros.

O projecto foi, ao que percebi, lançado por três jovens empreendedores. Que formação fizeram na área das bebidas para produzir uma que dizem ser "ideal para certos momentos de uma refeição ou de um convívío entre amigos, casais e ou familiares"?

A nossa formação é em Gestão e Administração de empresas e consideramos que é nessa área que os nossos conhecimentos se destacam mais. Assim, todos os fatores extra-produção (como desenvolvimento da marca, escolha de todos os materiais como garrafas e outros, etc) foram idealizados e executados por nós.

No que concerne à receita da Cerveja NAU, esta é baseada num protótipo feito por nós em casa e com características estudadas por nós através de estudos de mercado feitos a um leque alargado de consumidores, características estas que foram consideradas fundamentais para satisfazer a identificada necessidade de mercado. O posterior ajuste da receita e respetiva produção foi feita em conjunto através da parceria estratégica já falada, pela principal razão de não termos presentemente capacidade produtiva nesta fase inicial e pelo elevado expertise em produção de cerveja dos nossos parceiros.

Porque batizar uma bebida de NAU?

Quisemos aliar o ser português com a capacidade de exportação no futuro. Com o orgulho que temos em ser portugueses, quisemos aliar a nossa imagem a um período próspero e de sucesso de Portugal, os Descobrimentos, e deste modo pensámos em variados nomes ligados à época. Alguns exemplos foram: Gama, Ouro, entre outros. No entanto, consideramos que o nome NAU era o mais apelativo, de fácil pronunciação em outras línguas e que se adaptaria na perfeição à frase Nothing As Unique.

Foi no decorrer de algum evento que a marca foi apresentada?

Não existiu nenhum evento especial, temos estado presentes em alguns eventos de forma a dinamizar a marca e dar a conhecer a Cerveja NAU.

Esta é a única actividade dos mentores do projecto?

Não é a única atividade. Atualmente, um de nós está em fase final da sua tese de mestrado, outro está igualmente a finalizar a tese de mestrado e a estagiar ao mesmo tempo e o terceiro já se encontra a trabalhar. Segue em seguida um pequeno texto sobre cada um de nós.

Como deve ser consumida esta cerveja? O que melhor a acompanha?

A Cerveja NAU deve ser consumida a temperatura entre 3º e 5º. Aconselhamos um pequeno gole inicial de forma a dar oportunidade à ambientação das papilas gustativas ao sabor forte e característico da Cerveja NAU pelo que de seguida o consumidor estará apto a degustar a mesma.

A Cerveja NAU tem ainda um foodpairing com queijos e charcutaria e pratos de sabor forte, como bifes.

Consideram-se empreendedores?

Ainda somos muito novos e temos muito para aprender ao longo do nosso percurso. Se algo formos, somos “aspirantes a empreendedores”. Diariamente, tentamos seguir as melhores práticas que aprendemos e somos guiados pelo sonho de ter a nosso própria empresa de sucesso.

Chegaram a apresentar o projecto ao Shark Tank? Porquê?

Não participámos no Shark Tank pela razão de considerarmos que ainda não nos encontramos na fase certa (a Cerveja NAU é ainda muito recente) para maximizar as hipóteses de conseguir investimento no programa, bem como de tirar partido da ajuda dos tubarões.

A empresa já criou postos de trabalho?

Não. Neste momento, somos apenas os três.

O Bilhete de Identidade de cada um dos mentores:

Pedro Carvalho: Com 22 anos, o Pedro tem uma Licenciatura em Gestão na Católica Lisbon School of Business & Economics, fez Erasmus na Suíça durante um semestre e concluiu no inicio de 2015 o seu Mestrado em Finanças, também na Católica Lisbon School of Business & Economics. Ao longo do seu percurso profissional, teve a sua primeira experiência de trabalho na Delta cafés no departament comercial de Lisboa em 2013 e actualmente encontra-se a trabalhar na área financeira do grupo Jerónimo Martins.

Diogo Fernandes: Com 23 anos, o Diogo tem uma Licenciatura em Gestão na Católica Lisbon School of Business & Economics, fez Erasmus em Milão durante um semestre e irá finalizar o Mestrado em Estratégia e Empreendedorismo em 2015 na Católica Lisbon School of Business & Economics Economics. Ao longo do seu percurso académico, foi o melhor aluno de gestão com media de curso de 17 valores e tem experiência profissional em Banca de Investimento e Consultoria, já tendo trabalhado em Lisboa, Roma e Londres. Ganhou ainda um prémio de mérito e excelência em 2014 entregue pelo Prof. Dr. Aníbal Cavaco Silva.

Bruno Pinto: Com 23 anos, Bruno tem uma Licenciatura em Gestão no ISEG, fez Erasmus em Budapeste durante um semestre e irá finalizar o Mestrado em Estratégia e Empreendedorismo em 2015 na Católica Lisbon School of Business & Economics. Atualmente é dono de um Hostel situado em Belém e esteve seis meses em Timor a fazer voluntariado na área de Microcrédito.