Três romances de António Lobo Antunes vão ser editados na China de 2018 a 2020

Três romances de António Lobo Antunes vão ser editados na China, entre 2018 e 2020, pela CTIC Press, de Pequim, disse à agência Lusa fonte das Publicações D. Quixote, que chancelam a obra do autor em Portugal.
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"A editora CITIC Press adquiriu recentemente, os direitos para a tradução de três romances do autor português, designadamente 'Os Cus de Judas', a publicar em maio de 2018, 'O Manual dos Inquisidores', a sair na China em março de 2019, e, 'Que Farei Quando Tudo Arde?', a editar em janeiro de 2020", disse à agência Lusa fonte editorial.

A CITIC Press "orgulha-se de incluir no seu catálogo aquele que a própria classifica com ‘um dos mais destacados escritores' do nosso tempo, prometendo, igualmente, levar a cabo um ousado programa de ‘marketing', que, entre outras iniciativas, colocará os livros de António Lobo Antunes em mais de 800 locais de venda", adiantou a mesma fonte.

O romance "Os Cus de Judas", segundo título do autor, foi publicado em 1979, e valeu ao autor o Prémio da Embaixada de França, em Lisboa, em 1987. A obra reflete a experiência de Lobo Antunes, enquanto médico militar, no cenário de guerra na ex-colónia portuguesa de Angola. Um livro que, como afirmou o autor, anos mais tarde, à agência Lusa, "nada tem que não seja absoluta estupidez e incompreensão da guerra".

"O Manual dos Inquisidores", publicado em 1996, narra o desmoronamento de uma família da alta burguesia, socialmente destacada, centrando-se na figura do seu patriarca, um influente e poderoso governante do regime de ditadura de Oliveira Salazar, que liderou o Governo de 1932 até 1968. A ação decorre antes e depois do 25 de Abril de 1974, dando conta da mudança drástica na vida da família, com a queda do regime fascista.

A tradução deste romance para sérvio valeu este ano, a Tamina Sop, o Prémio de Tradução, daquela república balcânica.

"Que Farei Quando Tudo Arde", 15.º romance do autor, foi editado em 2008, e o seu título é um verso de um soneto de Sá de Miranda.

"Quis escrever um livro sobre a identidade, fazendo várias interrogações que se colocam de um modo especial num 'travesti'", disse Lobo Antunes, numa entrevista à imprensa.

A obra de António Lobo Antunes encontra-se amplamente traduzida, "em mais de 30 países, tendo sido premiada com alguns dos mais importantes prémios nacionais e estrangeiros", entre os quais o Prémio Camões, segundo a mesma fonte.

O mais recente livro do escritor, "Para Aquela Que Está Sentada no Escuro à Minha Espera", foi publicado pela Dom Quixote, no passado mês de outubro.

António Lobo Antunes, 74 anos, estreou-se literariamente em 1979, com "Memória de Elefante", obra que vai já na sua 30.ª edição, segundo a mesma fonte.

Em pouco mais de um ano, seguiram-se "Cus de Judas" (1979), "Conhecimento do Inferno" (1980) e "Explicação dos Pássaros" (1981).

De "Fado Alexandrino" (1983) e "Auto dos Danados" (1985), até "Da Natureza dos Deuses" (2015) e "Para Aquela Que Está Sentada no Escuro à Minha Espera" (2016), António Lobo Antunes soma mais 23 romances, num total de 27, vários livros de crónicas e um livro para crianças - "A História do hidroavião" (1994), ilustrado por Vitorino -, entre outras obras.

O escritor foi distinguido com o Prémio Camões, o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores, que recebeu por duas vezes ("Auto dos Danados" e "Exortação aos crocodilos"), o prémio de Literatura Europeia da república austríaca, o Prémio da União Latina, pelo conjunto da obra, os prémios Juan Rulfo e Rosalía de Castro, o Prémio Melhor Livro Estrangeiro publicado em França ("Manuel dos Inquisidores"), entre outras distinções.

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