Susana Sargento, fundadora da Veniam, eleita pela CE como uma das mulheres empreendedoras de 2016

Susana Sargento, docente do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) e investigadora do Instituto de Telecomunicações (IA) da Universidade de Aveiro (UA), é uma das nove finalistas do Prémio Mulheres Inovadoras da União Europeia 2016. Atribuído pela Comissão Europeia com o objetivo reconhecer as empreendedoras que se destacaram por introduzir ideias inovadoras no mercado, o prémio de 100 mil euros vai ser entregue em março de 2016 a uma das nove candidatas criteriosamente seleccionadas. Susana Sargento, cofundadora da startup Veniam, que desenvolve tecnologia para redes veiculares, é a primeira portuguesa entre as finalistas.
Vítor Teixeira:
    Vítor Teixeira

Esta é a terceira edição do Prémio Mulheres Inovadoras da União Europeia que já se realizou em 2011 e 2014. O concurso é aberto a mulheres fundadoras ou co-fundadoras de empresas e de alguma forma relacionadas com os programas de financiamento da Comissão Europeia. Com a distinção destes exemplos, a Comissão Europeia procura também inspirar outras mulheres europeias.

Susana Sargento, docente no DETI e investigadora no IT, é responsável pelo grupo de investigação Arquiteturas e Protocolos de Redes. Doutorada em Engenharia Electrotécnica pela UA em 2003, Susana Sargento fez uma visita de sete meses na Universidade de Rice (EUA) em 2000 e 2001, foi docente no Departamento de Ciências de Computadores na Universidade do Porto, entre 2002 e 2004, e foi professora convidada na Universidade de Carnegie Mellon (EUA) em 2008/2009.

Em março de 2012, cofundou a empresa de redes veiculares, a Veniam, uma spin-off das universidades de Aveiro, Porto e do Instituto de Telecomunicações, que desenvolveu uma infra-estrutura de acesso à Internet de baixo custo com base nos veículos como elementos dessa rede. A Veniam tem neste momento 36 trabalhadores, e tem escritórios em Silicon Valley, Singapura e Portugal. Susana Sargento teve as responsabilidades de VP de engenharia e de diretora de Corporate Research. A co-liderança da primeira rede veicular de larga escala a nível mundial foi chave para o sucesso da Veniam, pois permitiu iniciar uma revolução no futuro das redes de comunicação construídas através de elementos móveis, como os veículos.

Com mais de 15 anos de experiência na liderança técnica em vários projetos nacionais e internacionais, Susana Sargento tem trabalhado de forma muito próxima com operadores de telecomunicações e fabricantes. Do lado da investigação, esteve envolvida em vários projetos FP7, como o Future Cities – no qual foi co-responsável por implementar a rede de veículos nos autocarros e camiões, assim como as estações fixas na cidade, que conta atualmente com mais de 600 veículos na cidade do Porto - projetos nacionais com instituições de investigação e com a indústria, e projetos do programa CMU|Portugal (DRIVE-IN e S2MovingCity).

As áreas de interesse de Susana Sargento estão relacionadas com as redes auto-organizadas, como as redes ad-hoc e de veículos, e as redes de distribuição de conteúdos.

A startup Veniam foi criada em 2012 por João Barros e Susana Sargento, docentes das Universidades do Porto e de Aveiro, respetivamente. Roy Russell e Robin Chase, fundadora e ex-CEO da Zipcar, a maior empresa de car-sharing do mundo, são também co-fundadores da empresa. Desde agosto de 2014, a Veniam tem sede em Mountain View, Califórnia, e laboratórios de desenvolvimento em Aveiro (IEUA) e no Porto (UPTEC).

Criada em Portugal, a Veniam recebeu no início de 2015 um investimento de 4,9 milhões de dólares (cerca de 3,9 milhões de euros) de um consórcio liderado pela empresa americana de capital de risco, True Ventures, com a participação da Union Square Ventures, Cane Investments e investidores privados, para acelerar o processo de implantação de redes veiculares em várias cidades dos Estados Unidos. Em 2014, esta startup de base tecnológica criou, no Porto, a maior rede veicular do mundo, com a ligação entre mais de 400 autocarros da cidade, permitindo o acesso à rede WiFi a cerca de 60 mil pessoas por mês.

 

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