ANJE dá asas aos empreendedores e vai apoiar 10 startups de base tecnológica

A ANJE (Associação Nacional de Jovens Empreendedores) promove, durante os meses de Maio e Junho, o ASA – ANJE Startup Accelerator, cujas candidaturas decorrem até 26 de Abril.
:
  

No site da ANJE lê-se que o concurso é destinado a um número máximo de 30 projectos de negócio. O programa de aceleração apresenta uma combinação inovadora de metodologias com provas dadas em programas de empreendedorismo internacionais com metodologias de estímulo à criatividade. Tendo uma duração prevista de seis semanas, o ASA potencia as chamadas “hard” e “soft skills” dos empreendedores, bem como as valências dos seus projetos. O objetivo é apoiar a constituição de 10 startups de base tecnológica, sendo que aquelas que avançarem com a constituição de empresa recebem um apoio global no valor de 22 mil euros. 

“O ASA é o único programa que integra quer a componente de design thinking, quer a de business thinking, para assim ajudar os empreendedores a perceberem como criar valor para os seus clientes, desenvolvendo produtos e serviços centrados na experiência dos utilizadores”, afirma o presidente da ANJE, João Rafael Koehler, na notícia publicada no site da ANJE. “E a propósito de design thinking, podemos literalmente afirmar que este acelerador foi desenhado e pensado de acordo com as novas tendências de aceleração aplicadas nos mais competitivos ecossistemas de empreendedorismo a nível internacional. Vamos, efectivamente, dar asas a novos negócios de base tecnológica e inovadora, recorrendo também a redes de contactos globais, mentores especializados e ainda instrumentos concretos de suporte ao arranque de novas empresas”, acrescenta o mesmo responsável. 

Esta capacitação para novos voos é acompanhada pelo fomento e atracção de investimento em áreas consideradas estratégicas para o desenvolvimento económico português. É por isso que o programa apresenta uma dimensão internacional, estando aberto a candidatos estrangeiros, motivados pela criação de empresas em Portugal. No fundamento desta abertura encontra-se ainda a intenção da ANJE de, com este projecto, contribuir para a atração e retenção de talento, assim como de estimular o estabelecimento de sinergias internacionais. Destinado a projectos de base tecnológica, promovidos por equipas de dois a três elementos, com idade igual ou superior a 18 anos, o ASA terá como critérios fundamentais de seleção o nível de intensidade tecnológica da proposta, a orientação da mesma para o mercado, o grau de inovação envolvido, o potencial e viabilidade económica demonstrados e ainda o impacto económico-social previsto. 

Combinação de metodologias 

Na mesma notícia lê-se ainda que o ASA tem como ponto de partida o propósito de familiarizar os jovens empreendedores com os desafios decorrentes da criação e desenvolvimento de um projecto empresarial, dando a conhecer conceitos, ferramentas e metodologias que os ajudem a validar as suas ideias de negócio num contexto de mercado. Isto significa que os candidatos seleccionados vão, ao longo do programa, receber apoio especializado ao nível da definição do plano de negócio, do financiamento do projecto, do desenvolvimento de produto,  da relação clientes/mercado, da gestão de equipas, da legislação aplicável à actividade económica, do marketing e da comunicação, entre outras áreas igualmente relevantes. 

Entre as metodologias de empreendedorismo aplicadas destacam-se os princípios da LeanStartup desenvolvidos por Eric Ries, as Metodologias de Desenho de Modelos de Negócio de Alexander Osterwalder e ainda as Metodologias de Desenvolvimento de Clientes de Steve Blank. Complementarmente, o ASA introduz uma escala para avaliar o progresso das equipas ao longo do programa. Trata-se do Investment Readiness Level (IRL), um método que permite os investidores avaliarem a maturidade de um projecto e quantificarem riscos. A utilização do IRL possibilita também uma abordagem totalmente integrada entre o programa de aceleração e as ferramentas disponibilizadas na plataforma de mentores.

Ainda no que concerne a metodologias, o ASA prevê a configuração de uma plataforma por forma a facilitar a colaboração entre mentores e startups ao longo de todo o programa. Essa plataforma funcionará como um MVP/protótipo (Produto Minimamente Viável) para o desenvolvimento do Roadmap do Empreendedor, o qual é inovador no sentido em que integra também duas abordagens com filosofias distintas: a Business Model Canvas e a Business Plan, cujo suporte existe normalmente em ferramentas separadas.

Quatro fases e um período de aceleração de seis semanas 

A noticia dá nota de que os dois meses de duração do ASA dividem-se em quatro fases sequenciais que, genericamente, correspondem ao processo de evolução comum de uma ideia de negócio para uma startup. Terminada a fase de seleção dos candidatos, com a divulgação das 30 equipas no dia 30 de Abril, o ASA avança com uma segunda etapa dedicada a um conjunto de workshops, onde serão abordadas as metodologias destinadas aos empreendedores e correspondentes ferramentas de suporte. Para além de uma sessão de formação em Lean Startup, os workshops vão ser organizados em módulos, de modo a fornecer às equipas os conhecimentos necessários sobre cada um dos níveis da escala IRL. Nos intervalos entre os workshops, os empreendedores vão ter de desenvolver trabalhos de aplicação, de forma a obterem preparação para a sessão seguinte. O trabalho desenvolvido quer nas sessões, quer entre estas, permitirá aos mentores selecionar 10 equipas, anunciadas a 26 de Março, para participarem na terceira fase, aquela em a aceleração do ASA será efectivada. 

Durante o programa de aceleração, os empreendedores farão uso de uma plataforma de colaboração, onde vão colocar as diversas iterações das ferramentas introduzidas nos workshops. Cada equipa disporá de dois quadros para acompanhamento presencial e remoto pelos mentores: um destinado a dar visibilidade aos testes de validação do respectivo modelo de negócio e correspondentes pivots; e outro destinado a dar visibilidade às actividades de desenvolvimento de um produto viável e às diversas iterações do mesmo.  

22 mil euros apoiam startups de elevada intensidade tecnológica 

 Ainda na notícia lê-se que a fase três decorrerá durante seis semanas, sendo que o período de aceleração deverá subdividir-se em três etapas com duração aproximada de duas semanas cada: “Tune”; “Build” e “On Stage”. A primeira destina-se a definir o modelo de negócio e o mercado, bem como confirmar todas as projecções e ideias, aplicando metodologias Lean. A segunda, “Build”, visa construir, melhorar e alterar o produto, com base nas confirmações do mercado e do modelo de negócio. Por seu turno, a terceira, “On Stage”, servirá para preparar o crescimento de estratégias de crescimento e penetração no mercado. É nesta derradeira etapa que as 10 equipas terão também oportunidade para preparar a apresentação final, que consubstancia a fase quatro da aceleração. Trata-se de um DemoDay, integrado na Conferência de Empreendedorismo Tecnológico. 

A participação na fase três envolve a atribuição de prémios de instalação no valor global de 22 mil euros, a atribuir aos projectos que avancem com a criação da empresa em Portugal e demonstrem boa performance no decorrer do programa. O ASA prevê a atribuição de 10 prémios, o que significa que, se estas condições se aplicarem à totalidade das equipas, todas serão apoiadas. Ao prémio pecuniário juntam-se 24 meses de incubação numa das infraestruturas da rede ANJE, assim como um pacote de serviços que envolvem parceiros como Amazon Web Services, Microsoft Bizspark ou até instituições bancárias e outras entidades de financiamento. 

O ASA - ANJE Startup Accelerator é uma iniciativa promovida pela ANJE no âmbito do PIP – Projeto Inovação Portugal, programa de empreendedorismo cofinanciado pelo QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional, no âmbito do Compete - Programa Operacional Fatores de Competitividade. As candidaturas decorrem no site www.inovaportugal.com/asa.

 

Mais nesta secção

Mais Lidas