Procura-se nova vida para Riba de Ave

O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, está determinado e empenhado em fazer renascer das cinzas o legado industrial devoluto de Riba de Ave devolvendo à vila o fulgor, a prosperidade e a qualidade de vida que se vivia no início do século XX, quando o dinamismo económico era tal que a freguesia se destacava a nível nacional, como sendo uma das primeiras comunidades a beneficiar de eletricidade e a possuir iluminação pública.
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O autarca abriu esta segunda-feira, o evento “Riba d’Ave Desafios Urbanos’16”, que decorreu na histórica Sampaio Ferreira e C.ª Lda, e que ficou marcado pelo lançamento de um concurso internacional de ideias de arquitetura para a reabilitação da fábrica Sampaio Ferreira. Na sessão esteve também presente o arquiteto Noé Dinis que fez o enquadramento histórico de Riba de Ave.

"Queremos somar ao investimento público o investimento privado de forma a tornarmos este património funcional e útil à população, dignificando este legado histórico”, afirmou Paulo Cunha, desafiando os privados a acompanharem a autarquia neste "desígnio do concelho de Famalicão”.

Para já Paulo Cunha conseguiu captar um investimento superior a cinco milhões de euros para Riba de Ave, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), que será desenvolvido até 2020.

Perante uma audiência vasta e diversificada, o autarca não escondeu a satisfação por ver a "grande afluência a esta iniciativa, reflexo da importância que este edificado mantém para esta comunidade e para o seu futuro.” O espaço acabou mesmo por ser pequeno para acolher as várias dezenas de pessoas que quiseram participar nesta reflexão conjunta sobre as estratégias a adotar na regeneração urbana dos territórios de Riba de Ave e Oliveira S. Mateus.

E rodeado por estas gentes e por este património, que apesar de tudo se mantém vivo e imponente, com as suas chaminés a tocarem o céu, Paulo Cunha recordou os danos da crise têxtil que fez com que "a indústria abandonasse o edifício, no entanto, o edifício manteve-se, o património está cá, só a atividade deixou de se desenvolver. Não podemos continuar assistir ao arruinar deste património". Por isso, "hoje temos que olhar para estes imóveis como um verdadeiro legado histórico. Temos que recriar, refazer e reconstruir, olhando para este enorme pedaço da nossa história e da nossa identidade e dar-lhe uma caraterização diferente, respeitando o seu traçado histórico, mas atribuindo-lhe uma nova funcionalidade”.

Procurando a força para a sua vontade de reconstruir este edificado, Paulo Cunha salientou que "é importante que as pessoas se associem a este projeto e que os privados nos acompanhem para que possamos aqui edificar o futuro”.

Para já, com os cinco milhões de euros do Portugal 2020 estão programadas as intervenções referentes à reabilitação do Teatro Narciso Ferreira, à reconversão da Unidade Industrial Sampaio e Ferreira e ainda à regeneração da frente ribeirinha do Rio Ave, com uma ligação pedonal a Oliveira S. Mateus.

Agora com a iniciativa do portal Espaço de Arquitetura avança o concurso internacional de ideias para a revitalização da fábrica Sampaio Ferreira.

As candidaturas estão abertas até 7 de novembro, sendo que os trabalhos têm que ser entregues até 19 de janeiro de 2017. As inscrições podem ser realizadas através do site www.espacodearquitectura.com, onde também está disponível o regulamento do concurso.

O objetivo é repensar de que forma se pode revitalizar um imóvel, de carater industrial, que pela sua história, localização e dimensão merece ser alvo de reflexão.

Refira-se que a fábrica Sampaio Ferreira em Riba de Ave foi uma das primeiras unidades fabris do Vale do Ave construída pelo empresário Narciso Ferreira e implantada numa área de cerca de 35 mil metros quadrados.

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