"Cada padrão é inspirado num poeta, nas imagens e no estilo da época em que cada poeta viveu. O interior de cada mala contém um forro com vários poemas de cada autor" - explica Mariana Pires ao VerPortugal.

A designer de moda pretende que a marca que criou e que já vende para o estrangeiro, "conte histórias acerca de Portugal através da
moda, e leve a cultura do país um pouco mais longe".

Cada mala da Lipscani é feita por artesãos portugueses especializados na arte de fazer malas e todas as pecas são cortadas e confeccionadas com métodos tradicionais e com materiais 100 por cento portugueses, sendo a Lipscani mais uma marca que tem como missão mostrar que Portugal não é só uma país de produção, como é também um competidor a nível internacional no panorama do design.

Foi inspirada por Portugal, mais concretamente na arquitetura portuguesa que a jovem Mariana Pires, designer de moda, decidiu criar os acessórios de moda para a marca Lipscani. Uma marca que havia sido criada, em 2010, pela sua mãe mas que só tinha objetos de joalharia. Os conhecimentos haviam sido adquiridos no decorrer do percurso académico e em todas as formações feitas no estrangeiro na área do design. Quando decidiu passar à prática contou com a ajuda da mãe que lhe deu 500 euros para investir no negócio. Primeiro produziu lenços. Vendeu-os e voltou a fazer mais até chegar às carteiras, capas para telemóveis, etc.

"A marca está a crescer de forma sustentada e as vendas são feitas, na esmagadora maioria para o estrangeiro. Aliás, tendo em conta os preços dos nossos produtos, são os estrangeiros quem mais podem investir e a prova disso foi a campanha de crowdfunding lançada para novos investimentos. Foi dos Estados Unidos e do Reino Unido que chegou a maior parte da verba angariada" - acrescentou Mariana Pires dando nota de que os produtos estão prestes a entrar em Nova Iorque.

Por cá, as vendas são feitas numa loja do Algarve, de forma online "e em diversos estabelecimentos que compram algumas das nossas coleções". Apesar da marca já existir há alguns anos, Mariana Pires ainda não criou postos de trabalho definitivos. "Já cedi estágio a diversos designers. Estágios remunerados. E trabalho com várias pessoas em regime de prestação de serviços. A Lipscani ainda não tem condições para criar, de forma permanente, postos de trabalho" - diz a jovem dando nota de que "quem sabe daqui por mais algum tempo eu também não irei criar emprego".

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