CCG e UMinho realizam estudo pioneiro sobre dados abertos do Quadrilátero Urbano

O Centro de Computação Gráfica (CCG), com apoio do Centro Algoritmi da Universidade do Minho, fez um estudo pioneiro sobre dados abertos (open data) disponibilizados pelos municípios de Barcelos, Braga, Guimarães e Famalicão, que formam o Quadrilátero Urbano. Com este tipo de dados, o cidadão poderia através do seu smartphone, por exemplo, informar-se sobre o horário do autocarro, o grau de poluição numa avenida, o orçamento concelhio ou o seu contributo para a pegada de carbono.
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Os resultados do estudo mostram que, em geral, se pode consultar e utilizar informação sobre o orçamento anual municipal, os gastos, os contratos, as eleições, a qualidade do ar, os horários dos transportes, o orçamento participativo e as listas de empresas. Em contrapartida, não se encontraram dados daqueles municípios sobre transportes em tempo real, instalações públicas, estatísticas criminais, segurança e higiene alimentar, acidentes de trânsito, permissões de construção, requisições de serviços e licenças comerciais, aspetos que necessitam de mais atenção dos executivos municipais.

Apesar de os resultados revelarem que o Quadrilátero Urbano já possui vários dados abertos, comparativamente fica aquém da quantidade e qualidade de dados oferecidos pelo Porto, Lisboa e por diversas cidades espanholas, britânicas e norte-americanas. Os autores sugerem, por isso, que estes quatro municípios disponibilizem de forma aberta mais dados, com mais detalhe e em formatos mais apropriados às diversas plataformas digitais, potenciando a criação de valor para cada cidadão, visitante, empresa e instituição. Propõem igualmente o investimento na interoperabilidade semântica dos dados.

Dados abertos dinamizam a inovação e o autoconhecimento

As conclusões do trabalho referem que há bastante caminho a percorrer neste domínio, de forma a melhorar o acesso de todos à informação e promover a geração de oportunidades, o aproveitamento de vantagens competitivas, a transparência das entidades públicas e a construção de uma comunidade mais participativa. A elaboração do estudo baseou-se nas melhores práticas internacionais, como as diretrizes da Open Knowledge Foundation, do World Wide Web Consortium e da Dublin Core Metadata Initiative.

Para o diretor executivo do CCG, João Nuno Oliveira, os dados são cada vez mais o denominador comum das cidades inteligentes (smart cities). "Qualquer discussão sobre serviços e aplicações de smart cities vai frequentemente deparar-se com os problemas associados aos dados, seja a sua inexistência, o custo da sua recolha, a sua desatualização, a inacessibilidade ou os obstáculos à sua partilha”, sublinha, para acrescentar que "uma estratégia de dados abertos, nomeadamente do lado do setor público, é um contributo para resolver estes problemas e para o aparecimento de serviços inovadores, sustentáveis e mesmo rentáveis. Este estudo espera ser um contributo positivo para esta discussão”.

 

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