
Trata-se de uma nova espécie de anfíbio descoberta no Algarve que viveu durante a ascensão dos dinossauros foi um dos maiores predadores da Terra há cerca de 200 milhões de anos atrás. O paleontólogo que participou na descoberta e estudo, Octávio Mateus, afirma que "esta descoberta é um exemplo de um achado de uma época da qual conhecemos muito pouco em Portugal, o Triásico, há cerca de 200 milhões de anos, altura em que viveram alguns dos primeiros dinossauros". Além deste paleontólogo da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, o estudo inclui ainda investigadores das Universidades de Edimburgo, Birmingham e Museu de História Natural de Paris.
As criaturas assemelham-se a salamandras gigantes, algumas com dois metros de comprimento, que viveram em lagos e rios durante o Período Triásico, de forma semelhante aos crocodilos de hoje, dizem os investigadores. Os metopossauros faziam parte do grupo ancestral do qual os anfíbios modernos - tais como sapos e salamandras - evoluíram, diz a equipa.
Apenas uma fração do local - cerca de quatro metros quadrados - foi escavado até agora, e a equipa irá prosseguir o trabalho para descobrir novos fósseis. A maioria deste tipo de grandes anfíbios foi exterminada durante uma extinção em massa que ocorreu há 201 milhões anos atrás, muito antes da morte dos dinossauros. Isto marcou o fim do Período Triásico, quando o supercontinente Pangea, que incluiu todos os continentes do mundo, se começou a dividir. O estudo, publicado no Journal of Vertebrate Paleontology, foi financiado pela National Science Foundation, Fundação Alemã de Investigação, Jurassic Foundation, CNRS, Columbia University Climate Center e Chevron Student Initiative Fund. Apoio adicional foi fornecido pela Câmara Municipal de Loulé, Câmara Municipal de Silves e Junta de Freguesia de Salir, no Algarve.
Nesse sentido, a Câmara Municipal de Loulé demonstrou interesse em colaborar quer na investigação quer na divulgação deste património ímpar e, por isso, foi assinado um protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Loulé, a Fundação António Aleixo e a Universidade Nova de Lisboa/ Faculdade de Ciência e Tecnologia, o qual tem como objetivos colaborar no âmbito do estudo da Paleontologia e da Geologia e na defesa do Património paleontológico e geológico do Concelho de Loulé, e participar, como parceiros, em projetos de investigação científica, bem como na exploração e divulgação dos seus resultados.
De acordo com as declarações do presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, este protocolo "insere-se numa visão estratégica de longo prazo que temos para o Município, apostando no Património como um dos eixos de desenvolvimento sustentado; um trabalho que se quer continuado e consistente, selando assim, aqui, um compromisso para o futuro, contribuindo para a continuação da investigação, através do apoio às escavações, assim como a bolsas de mestrado e de doutoramento”.