Empresas, câmara e centros de investigação unidos pelo crescimento económico de Famalicão

São pelo menos cerca de 250 milhões de euros de iniciativa empresarial que até 2020 vão ser investidos no aumento da capacidade e competitividade industrial da zona sul de Vila Nova de Famalicão e que se vão traduzir na criação de muitas centenas de novos postos de trabalho e no aumento das exportações do concelho, que há alguns anos é o mais exportador do Norte.
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Nesse sentido, um conjunto de 14 empresas assinaram com o município de  Vila Nova de Famalicão um protocolo de cooperação, onde assumem a intenção de aplicar novos investimentos até 2020 no valor global de 55 milhões de euros, que implicam a criação de perto de 500 novos postos de trabalho. Aos investimentos das empresas subscritoras juntam-se os investimentos já aprovados pelo Norte2020 e pelo Compete2020 para empresas situadas na mesma zona geográfica, assim como os investimentos que estão a ser geridos diretamente com a Comissão Europeia, como é o caso da Continental Mabor.

Tudo somado, a Câmara Municipal e as empresas de Famalicão, esperam ter aqui um argumento de peso para que a União Europeia dê luz verde à candidatura que o município vai apresentar aos fundos comunitários para a construção de duas novas estradas. Uma de ligação entre a Estrada Nacional 14 (Porto-Famalicão) e a Zona Industrial de Lousado, onde estão empresas como a Continental e a Leica. E outra de ligação à Zona Industrial de Ribeirão, onde estão sediadas empresas como a Salsa, Tiffosi e a Caxiave.

"Estamos num tempo em que os fundos comunitários, mais do que nunca, têm que ser aplicados em função do retorno que podem gerar ao nível dos investimentos privados. É o que está aqui garantido à partida, pois a  força empresarial já existe - é nesta zona uma das maiores da região -, e quer crescer”, refere o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, falando em investimentos de relevância nacional que podem "alimentar melhor o Produto Interno Bruto, exportar mais e criar emprego.”

Os valores avançados no protocolo firmado são argumentos fortes, mas não o é menos o nome das marcas associadas às empresas subscritoras: Leica, Cup&Saucer, Grupomar, Caixiave, Tiffosi, Salsa, Tesco, e Arga Tintas, entre outras.

O protocolo assinado é assim uma garantia para a União Europeia de que existem condições e intenções para o crescimento e desenvolvimento industrial, mas é também um alerta para a necessidade de resolução do saturamento das acessibilidades à zona, altamente condicionadas pelo estrangulamento da EN 14 (Porto-Famalicão).

O testemunho das dificuldades por que passam as empresas foi deixado por Ângelo Mesquita, administrador da CUP&SAUCER que, disse, "luta contra constrangimentos rodoviários diários que dificultam a laboração da empresa e, inevitavelmente, o seu crescimento". O mesmo confirmou Celso Lopes, da Irmãos Vila Nova, empresa que detém, entre outras, a marca Salsa.  "As infraestruturas rodoviárias atuais não estão adequadas à realidade, obrigando a um planeamento diário complexo que não ajuda à atividade produtiva das empresas”.

As duas intervenções que a Câmara Municipal vai candidatar a fundos comunitários fazem parte do processo de intervenção no eixo Famalicão-Trofa-Maia da Estrada Nacional 14, apresentado pelo Governo em 2015. Estas duas novas ligações são responsabilidade do município e complementam a intervenção prevista pela Administração Central.

Às empresas e ao município juntam-se ainda no processo de candidatura os dois centros de investigação ligados à indústria têxtil sediados no município - o Centro Nanotecnologia Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes (CeNTI) e o Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (CITEVE) -, que garantem o “desenvolvimento de uma cultura de inovação e de desenvolvimento tecnológico, assente na nanotecnologia e nos materiais avançados”, assim como o “desenvolvimento de projetos de inovação e investigação tecnológica em co-promoção com as empresas".

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