
A tecnológica Findster que faz parte dos programas ESA-BIC e SOUL-FI, ambos geridos pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), faz parte das 10 empresas selecionadas, a nível mundial, para integrar a maior aceleradora de hardware do mundo, a HAX Boost, com sede em São Francisco (Estados Unidos) e Shenzhen (China).
O processo de incubação nesta aceleradora terá início em fevereiro e duração de seis semanas. Neste período, a empresa terá acesso a formação especializada nas áreas do retalho, marketing digital e logística.
A seleção da Findster representa o reconhecimento na tecnologia utilizada, diferenciada em relação à competição.
Com mais de 70 por cento das suas vendas atuais provenientes dos Estados Unidos, este programa da HAX Boost, representa um passo importante na ligação a este mercado. "A HAX vai permitir à Findster chegar de uma forma mais rápida e mais eficiente aos canais de distribuição e retalho dos Estados Unidos, algo que irá ser pioneiro para um produto tecnológico português destinado ao consumidor final", refere David Barroso, CEO da Findster Technologies.
O sistema de localização Findster permite a monitorização em tempo real e possibilita também uma abordagem preventiva em casos de desaparecimentos. O utilizador pode criar cercas virtuais de segurança que o alertem sempre que o perímetro definido seja ultrapassado.
Foram criados dois dispositivos: o Findster Kids, para crianças e o Findster Pets, para animais de estimação. Permitem saber, a qualquer momento, a localização das crianças e dos animais.
A primeira versão do Findster, a disponibilizar em fevereiro, está a ser totalmente produzida em Portugal. Trata-se do primeiro sistema de localização, a nível mundial, que não exige o pagamento de mensalidades. Numa campanha de crowdfunding a empresa conseguiu angariar 120 mil dólares provenientes de 52 países diferentes.
Bem, mas como é que tudo começou? Virgílio Bento, um jovem a frequentar o curso de Computadores e Telemática na Universidade de Aveiro tinha um cão, de raça pastor alemão, que teimava em fugir sempre que via um gato. Ora, em conjunto com o colega David Barroso que frequentava, na mesma universidade, o mestrado em Eletrónica e Telecomunicações, foi criado um aparelho, único no Mundo, para garantir que o Aquiles regressaria sempre a casa.
David Barroso disse, à comunicação social, que já existiam aparelhos capazes de dar a localização por bluetooth. Mas o raio de alcance é limitado, ou então aparelhos que funcionam através de um cartão de telemóvel, o que implica uma mensalidade. O aparelho por nós criado funciona através de um protocolo de rádio próprio, sem custos associados, com o alcance de um quilómetro.
Este aparelho tanto pode ser aplicado em animais como em crianças e até já se equaciona a possibilidade de aplicar em idosos com problemas de demência. O aparelho já começou a ser vendido e a maioria dos compradores preferiu o modelo de criança.
Da ideia ao produto, o caminho não foi tão fácil, nem tão rápido quanto poderia pensar-se. Primeiro tiveram de vencer, em 2013, o Passaporte para o Empreendedorismo que lhes pagou duas bolsas mensais de 700 euros para prosseguir a constituição da startup.
Mais tarde, em abril de 2014, submeteram-se ao escrutínio de uma campanha de “crowdfunding” na Indiegogo, arrecadando 120 mil dólares. Mas a conceção e desenvolvimento do protótipo exigia mais capital. Assim, em março de 2015, conseguiram mais algum capital proveniente de Business Angels portugueses e os aparelhos começaram a ficar prontos.
Graças a todos estes desenvolvimentos foram contratadas mais cinco pessoas a tempo inteiro e, neste momento, os mentores do projeto procuram um engenheiro de hardware e de um designer, recém-licenciados e com espírito de startup, ou seja, com muita vontade de trabalhar. Os interessados podem enviar CV para careers@getfindster.com.