
A iniciativa é aprovada pela Direção-Geral de Saúde, pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e pelas comissões de ética. Tem o apoio da Associação Portuguesa de Celíacos e das sociedades portuguesas de Pediatria e de Gastroenterologia Pediátrica.
Estima-se que haja 70 a 100 mil casos, isto é, um a três por cento da população portuguesa. Só existem 10 mil casos diagnosticados, logo muitos desconhecem ter a doença e requer-se ações de sensibilização. O único estudo de prevalência até agora foi na região de Braga, por Henedina Antunes, com um caso para 134 habitantes. O valor segue a média europeia, de um para 100 a 200 habitantes.
A doença celíaca não tem cura e deve-se à intolerância alimentar ao glúten, provocando inflamação no intestino delgado a milhões de pessoas no mundo. O glúten é um fragmento proteico presente no trigo, centeio, aveia, cevada e, por sua vez, em alimentos como pão, massas, bolachas e papas. Os sintomas podem surgir na infância ou só na idade adulta.
Henedina Antunes, também cientista do ICVS – Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (laboratório associado ICVS/3B’s) e pediatra do Hospital de Braga, é uma das principais peritas e entusiastas na área. Num ano, lançou o livro “Medicina da evidência na doença celíaca”, promoveu a segunda Reunião Científica Nacional de Doença Celíaca, a 18ª festa consecutiva de celíacos no Minho (incluindo os respetivos familiares e amigos), codirigiu uma mesa redonda na 15ª Semana Digestiva no Porto e, entre outras iniciativas, coorganiza a 7 de abril de 2016, Dia Mundial da Saúde, em Braga, o Congresso Nacional sobre a Doença Celíaca, com apoio da Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia Pediátrica.