Iki Mobile investe para começar produção em Coruche

A Iki Mobile, marca portuguesa de telemóveis, anunciou um investimento de 1,6 milhões de euros em Coruche na instalação da sua primeira fábrica em Portugal, que pretende ter pronta no Verão.
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Numa conferência de imprensa à sombra de sobreiros, sinalizando a incorporação da cortiça como fator distintivo da marca, o presidente executivo da Iki Mobile, Tito Cardoso, afirmou que a fábrica vai arrancar, "em fase transitória”, nas antigas instalações da Tegael (unidade das áreas da energia e telecomunicações que encerrou em 2012), enquanto decorre o processo que permitirá a construção de raiz num terreno situado no Parque Empresarial do Sorraia.

Tito Cardoso afirmou que o investimento hoje anunciado – com expectativa de lançar o primeiro telemóvel no mercado em setembro - se fará com capitais próprios, sendo previsível a criação de "entre 44 a 50” postos de trabalho no primeiro ano.

Segundo disse o responsável da empresa, as áreas do design e financeira ficarão instaladas em Lisboa, funcionando em Coruche as áreas de engenharia, criação do produto e 'assemblagem' [montagem], nesta fase com "muito ‘know how’ da China” (onde atualmente é feita a produção).

Tito Cardoso disse à Lusa que se mantém o projeto anunciado em dezembro de 2015, de construção de uma unidade de raiz com um investimento da ordem dos 12,5 milhões de euros a candidatar a fundos comunitários e previsão de criação de 200 postos de trabalho, a abrir em 2019, tendo a decisão de avançar já surgido do “sucesso” alcançado pela marca, que "ultrapassou” as expectativas iniciais.

Nas instalações da que foi a maior empregadora de Coruche (com 400 funcionários), a Iki Mobile vai aproveitar uma área de 700 metros quadrados para as partes administrativa e tecnológica e de desenvolvimento de produto, com uma componente científica a realizar com parceiros como o grupo Amorim, ficando a produção e embalagem num espaço com 1.400 metros quadrados.

“Vamos desenhar e desenvolver aqui os telemóveis”, mas também acessórios, disse, sublinhando que, não sendo possível ter um produto exclusivamente nacional, dada a necessidade de tecnologia que não existe no país, o produto que vai sair desta unidade a partir de setembro será “70% português” e com recurso a muito material reciclado e reciclável, parte a ser desenvolvido na unidade (como um substituto do plástico).

Tito Cardoso disse à Lusa que as máquinas que vão ser instaladas em Coruche terão uma capacidade de produção mensal de 270 mil produtos (entre os vários modelos de telemóveis e acessórios), com possibilidade de recurso a mais um turno para ultrapassar os 300 mil.

A produção vai destinar-se essencialmente à exportação, com os mercados africano e europeu à cabeça, mas também o da América do Norte, fazendo-se a penetração no mercado nacional através do pequeno retalho, com a distribuição em Portugal entregue à JP.DI (empresa do grupo JP Sá Couto dedicada à distribuição de marcas de informática e eletrónica), disse.

A ligação à iniciativa "7 Maravilhas de Portugal – Aldeias”, anunciada durante a conferência de imprensa, insere-se na preocupação da marca de se "ligar ao tradicional” e de chegar mais perto dos portugueses, acrescentou.

A unidade em Angola, que foi anunciada em novembro último, um investimento de 2,6 milhões de euros, exclusivamente para ‘assemblagem', está "67 por cento construída”, tendo o equipamento para esta unidade chegado a semana passada, disse ainda à Lusa.

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