Tapisco: Henrique Sá Pessoa traz tapas e petiscos com sabores tradicionais ao Príncipe Real

A mesa é, por excelência, um local de partilha. Henrique Sá Pessoa sabe-o bem e, no seu novo restaurante, o que chega à mesa é para dividir. Chama-se Tapisco, fica no Príncipe Real e não tem ingredientes secretos: há tapas, petiscos e vermutes, com um gosto tradicional e um toque do chef, que unem os convivas.
:
  
A carta do restaurante foi criada ao longo de um ano, sem pressas. O chef Henrique Sá Pessoa e a sous-chef Joana Duarte escolheram, com a equipa, os ingredientes, testaram os produtos, afinaram os sabores e criaram um menu variado, que junta petiscos tradicionais portugueses e tapas espanholas, sabores bem conhecidos e recriados pela mão do chef.  O resultado é espantosamente simples, saboroso e familiar. "Por vezes, a necessidade de fazer diferente é muito forte, as pessoas querem pôr o mundo todo no prato e nem sempre corre bem”. As palavras são de Rui Sanches, CEO do grupo Multifood que, com Henrique Sá Pessoa, detém já o Cais da Pedra, a hamburgueria à beira rio em Santa Apolónia, e o Alma, restaurante fine dining que, em menos de um ano, conquistou uma Estrela Michelin. No Tapisco, a linguagem é outra, “uma cozinha honesta e despretensiosa, com comida para partilhar, descontraidamente”.
 
É no número 81, da Rua D. Pedro V, no Príncipe Real, que a porta da antiga Padaria Taboense se abre agora para o universo do petisco. Logo à entrada, o restaurante tem uma parede de mosaicos pintados pela ilustradora Ana Gil. Quem não sabe ao que vem, fica esclarecido: na imagem há um leque espanhol, um Santo António de talheres em riste e alguns ingredientes bem sugestivos. Não há espaço para dúvidas: Portugal e Espanha estão à espera, à mesa. Lá dentro, há 32 lugares (10 deles ao balcão, perfeitos para espreitar a acção da equipa e a confecção dos pratos), paredes em mármore e candeeiros de cobre sobre as mesas, que criam um ambiente acolhedor e confortável, resultado da intervenção do arquitecto Tiago Silva Dias.
 
“É o restaurante onde eu gostaria de ir comer”, explica o chef, que deixou no Alma a sofisticação, mas nunca o grau de exigência e qualidade. O menu está divido em várias “secções”: Tapiscos, Ovos, Brasas, Tachinhos e Sobremesas (consultar carta aqui) — todas juntam pratos espanhóis e portugueses. "É uma forma de abranger duas culturas gastronómicas que se completam e de unificar a experiência, para se poder escolher à vontade e partilhar". Tanto Henrique como Joana têm ligações profundas a Espanha, mais precisamente a Barcelona, e são conhecedores e apreciadores da gastronomia da outra facção da península: ele ruma à Catalunha regularmente, por motivos familiares, ela formou-se e deu os primeiros passos na área da gastronomia por lá, nos seis anos em que Espanha foi a sua casa. 
 
À mesa do Tapisco chegam os produtos que faltavam em Lisboa. A qualidade sente-se na primeira garfada, mesmo ainda antes de saber que os pratos são feitos com ingredientes que provêm de pequenos produtores artesanais portugueses e espanhóis. Os legumes são biológicos e nacionais e a carne e o peixe também têm qualidade garantida — o atum, por exemplo, é dos Açores e chega, fresco, todos os dias.
 
Quanto aos vinhos, há mais de 65 referências, de Portugal e Espanha. Brancos, tintos, espumantes, cavas… A carta é variada, para acompanhar cada opção mediante o gosto de cada cliente. Mas o destaque vai para os vermutes, brancos, tintos e rojos — a indecisão será normal, a equipa ajuda na escolha. 
 
O Tapisco está aberto das 12h00 às 00h00, todos os dias e não aceita reservas. O preço médio da refeição é 30 euros, com bebidas incluídas.

Mais nesta secção

Mais Lidas