“Portuguese Jewellery Newborn”: os novos talentos da joalharia portuguesa

A joalharia portuguesa está a sair da casca. Novos designers esboçam o futuro de um setor de grande tradição em Portugal. A AORP, associação que representa o setor, criou uma marca para promoção dos novos talentos da joalharia nacional: a "Portuguese Jewellery Newborn". A marca foi apresentada em Lisboa, na presença do "sangue novo" do setor.
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A joalharia portuguesa reinventa-se a cada dia pela mão e criatividade dos novos designers nacionais. A AORP – Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal criou uma nova marca, a "Portuguese Jewellery Newborn”, que servirá de ponto de partida para jovens criadores, que pretendam promover a sua marca a nível nacional e internacional.

Ao talento e saber-fazer herdado de geração em geração, os novos criadores somam criatividade, design, e inovação e não conhecem fronteiras. O mundo é o seu destino e, dos EUA ao Japão, encontram reconhecimento e novos públicos. 

Segundo Ana Freitas, Presidente da AORP, "a joalharia portuguesa é um dos setores de maior tradição em Portugal. Mas a tradição constrói-se todos os dias. Os jovens criadores abrem novos caminhos à joalharia portuguesa e a AORP tem como objetivo ajudá-los a trilhar estes novos caminhos, tanto no mercado nacional como internacional".

Para apresentar a nova marca, a AORP reuniu, em Lisboa, nove criadores que representam o sangue novo da joalharia portuguesa: Ana João Jewelry, Bruno da Rocha, Iglezia, Inês Telles Jewelry, Joana Ribeiro, Mater, Minha Joia Atelier, Nuuk e Sopro.

Mas o que se sabe sobre os novos criadores?

Ana João Jewelry: Ana João, natural de Matosinhos, é licenciada em design de produto e encontrou na joalharia uma nova inspiração. Depois de uma passagem por uma conceituada marca de ourivesaria portuguesa, criou a sua marca própria em 2013. Conta neste momento com três coleções: Teddies, Peacock e Sweet Monster.

Bruno da Rocha: A viagem de Bruno da Rocha na arte da joalharia começa na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis (Porto) e no CINDOR (Gondomar). A marca Bruno da Rocha é criada em 2005 e desde cedo teve uma vocação internacional, através da aposta em feiras internacionais. Além de Portugal, a marca tem como mercados prioritários Finlândia, França, Itália, Espanha, Lituânia, Angola e China. Bruno da Rocha, desde sempre seduzido por uma dimensão de magia, nela inspira as suas joias, oníricas e dramáticas, visões de uma natureza reinventada e luxuriante. Insetos, plantas, flores e outros elementos orgânicos são transportados para ambientes urbanos num equilíbrio de mistério e sensualidade.

Iglezia: Patrícia Iglésias nasceu no Porto em 1977 e desde cedo teve o gosto pela criação. O primeiro contacto com a joalharia foi na Escola Soares dos Reis, onde a paixão começou a ganhar vida. Depois seguiu-se o curso de escultura, na Faculdade de belas artes do Porto e ao mesmo tempo o curso de joalharia no Centro de Joalharia do Porto. Iglezia é feita de joias com muita personalidade, feitas á mão com muita paixão, dedicação e cheias de significado. São joias que contam histórias, falam de momentos e emoções. Muito mais que simples objetos, as joias Iglezia serão para sempre uma história para contar.

 

Inês Telles Jewelry: Inês Telles vive e trabalha em Lisboa. Depois de terminar a Licenciatura em História da Arte, cria a sua marca de joalharia em 2009. Em cada coleção são propostas formas desconstruídas e simplificadas, pormenores elegantes que se fundem e embelezam o corpo. O resultado são peças confortáveis, de qualidade e com uma linguagem muito singular. A marca internacionalizou-se em 2010 com a participação em diversas feiras internacionais e representação em várias cidades do mundo. A atual oficina, num bairro histórico de Lisboa, é uma extensão do seu trabalho, onde se sente o universo e filosofia das suas criações.

Joana Ribeiro: Joana Ribeiro nasceu em Matosinhos em 1987. Desde sempre, sentiu a vocação para as artes e formou-se em Design de Joalharia pela ESAD – Escola de Artes e Design. Em 2010 completou um Mestrado em Design de Produto. Teve uma passagem por uma empresa de filigrana tradicional, combinando o desenho clássico com a sua perspetiva contemporânea. As suas criações são inspiradas na natureza e nas suas formas. Privilegia o trabalho em prata, que conjuga com outros materiais como quartzo, pedras, tintas, entre outros.

Mater: "Contar histórias, histórias que possam ser guardadas na ausência, guardadas na nossa memória”, esta foi a razão que levou Sara Coutinho a fun­dar a marca em Julho de 2015, no Porto, no âmbito do ANJE Startup Accelerator, desenvolvido pela ANJE - Associação Nacional de Jovens Empresários. MATER jewellery tales é uma marca de joalharia contem­porânea que se define pelo design próprio e exclusivo que promove a individualização, a personalização a exclusivida­de e a elegância, assente num legado histórico, cultural e humano. MATER significa origem, a mãe de todas as coisas, a origem da matéria, a origem do sonho. A MATER jewellery tales define-se pela procura de um ideal, a procura no imaginário de algo real. O símbolo, uma fada ou anjo protetor, é representado por três corações unidos e que simbolizam a ligação da mulher com o mundo e que resultam nas muitas histórias que a marca quer contar.

Minha Joia Atelier: Tânia Nunes é a criadora da Minha Joia Atelier. A marca define-se pela criação artesanal de Joalharia de Autor, incidindo sobre técnicas tradicionais da joalharia e ourivesaria - filigrana, revenidos - e ainda, outras técnicas como Crochet ou Renda de Bilro. Na criação de coleções, a inspiração surge no quotidiano da natureza misturada pelas influências urbanas, onde padrões culturais, história, tradições tem uma forte componente e sobretudo a reinterpretação de algo clássico, vintage ou de outras eras da história.

Nuuk: A NUUK foi lançada em 2014 por Paula e Joana. Mãe e Filha. Com uma base familiar essencial combinam os seus diferentes backgrounds (administração e design) numa marca de joalharia contemporânea. A principal filosofia da marca é o uso de formas lineares e geométricas, bem como, o uso de materiais naturais e delicados que criam peças intemporais e refletem um estilo de vida moderno. Todas as peças são exclusivamente desenhadas e produzidas no Porto, nunca esquecendo a aposta na sua qualidade e longevidade.

 

Sopro: A Sopro nasce da convicção de que todos podemos usar pelo menos uma joia por dia. É uma marca sediada no Porto, criada e dirigida por Andreia Quelhas Lima, projeto em paralelo com a Escola de Joalharia Alquimia-Lab, cuja direção cabe a Carla Solheiro. Assenta na premissa de um “day-to-day jewellery”, para mulheres práticas, femininas, atentas à moda e que não dispensam “o pormenor”.

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