Vinho da Água: do Alqueva para o mercado pelas mãos da Ervideira

Chega sábado, ao mercado, o vinho que empresa vitivinícola alentejana Ervideira submergiu nas águas do Alqueva, em outubro do ano passado. No entanto, o Vinho da Água já foi encomendado por vários clientes estrangeiros.
NUNO VEIGA:
    NUNO VEIGA

O objetivo era o de que o vinho amadurecesse de forma diferente. Por isso a empresa vitivinícola decidiu submergir nas águas do Alqueva, a 20 de outubro do ano passado, cerca 32 mil garrafas. Sábado parte destas garrafas vão ser colocadas à venda.

Duarte Leal da Costa, diretor exercutivo da Ervideira, disse à agência Lusa que até segunda-feira vão ser expedidas encomendas efetuadas por parte de clientes oriundos da Bélgica, Luxemburgo, Alemanha e Suíça. Em espera vão ficar clientes da Finlândia, Hong-Kong e Brasil. Na perspetiva de Duarte Leal da Costa os clientes estão curiosos para provar o vinho produzido com um dos rótulos topo de gama da empresa, o Conde d'Ervideira.

O Conde d'Ervideira Tinto Vinho da Água vai ser lançado no mercado em Portugal e nos países para onde a Ervideira exporta, a partir de sábado, dia em que vai ser apresentado na Marina da Amieira, no concelho de Portel e junto da albufeira do Alqueva. De referir que o vinho estagiou oito meses em barricas antes de ter sido mergulhado  na albufeira do Alqueva.

À Lusa a empresa explicou que a iniciativa deste produtor alentejano consistiu na recuperação do chamado processo do vinho da água, que tem grande história, recriando-o nos tempos atuais. Ou seja, este processo foi inspirado na qualidade dos vinhos que eram resgatados de barcos naufragados depois de terem estado perdidos no fundo do mar.

Segundo a Ervideira, as características que este processo fornece ao vinho (cujas garrafas são seladas e acondicionadas em caixas grandes e depois submergidas) não se conseguem obter no envelhecimento em cave.

Na notícia da Lusa lê-se que depois de terem sido retiradas 12 mil garrafas deste Vinho da Água, para as preparar e rotular para o lançamento no mercado, o diretor executivo mostrou-se plenamente satisfeito com os resultados do processo já que fez com que o vinho ganhasse corpo, juventude e estrutura. Segundo Duarte Leal da Costa o vinho está mais aromático, com uma cor mais violácea e não tem oxidação nenhuma", congratulou-se o responsável.

No sábado, na apresentação oficial, além da retirada simbólica de caixas de dentro de água, a Ervideira vai lançar para as "profundezas" do Alqueva novas caixas de vinho, algumas das quais contendo garrafas de vinho branco, até porque o objetivo é ter, anualmente, 32 mil garrafas em rotação, de entrada e saída, estando permanentemente um 'armazém' dentro de água de pelo menos 15 mil garrafas. De branco serão mergulhadas cerca de quatro mil garrafas.

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