Cinco noivas à espera de casamento marcam estreia do FESTin 2016

Os encontros e desencontros de cinco noivas à espera de casamento marcam a abertura do FESTin - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, que está de volta ao cinema São Jorge em Lisboa entre 4 e 11 de maio próximo.
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O 20.º aniversário da CPLP dá o mote a esta sétima edição da festa do cinema em português, que este ano irá homenagear a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, não apenas através da seleção dos filmes escolhidos para a mostra como ainda com a realização de eventos paralelos ao festival, que irão encher de crianças a sede da comunidade dos nove países da lusofonia em Lisboa.

O Brasil é mais uma vez o país com a maior representação na edição deste ano, mas o FESTin 2016 irá exibir obras dos oito países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Timor) e organizará ainda uma sessão de leitura com contos tradicionais que incluem a Guiné Equatorial, também membro da CPLP.

O festival terá em competição onze longas-metragens, seis documentários e vinte curtas-metragens, num total de 74 filmes que serão exibidos nas salas do cinema São Jorge, e arranca com a realizadora brasileira Alvarina Souza e Silva, que conta as peripécias de cinco irmãs casadoiras, numa longa-metragem inspirada num poema de Fernando Pessoa: “Cartas de Amor são Ridículas”.

"Escolhemos para a abertura do festival este ano um filme que tem a ver com o dia da Língua - que é no dia 5 de maio. Este ano homenageamos a CPLP, então nada como começar com um filme inspirado na língua, um filme que fale de Pessoa”, disse à Lusa a diretora-geral do FESTin, Léa Teixeira, à margem de uma conferência de imprensa realizada para a apresentação do festival.

O festival volta a dar atenção especial às crianças, com a exibição em 7 e 8 de maio de uma longa-metragem e de dez curtas, incluídas na Mostra FESTinha, mas desta vez levará ainda alunos do primeiro e segundo ciclo do ensino básico à sede da CPLP nas manhãs dos dias 10 e 11 de maio para assistirem a várias curtas-metragens e ouvirem a leitura de contos tradicionais.

As crianças vão desempenhar um papel "central” nesta edição do FESTin, porque, "apesar da CPLP estar a fazer vinte anos ela é ainda pouco conhecida”, justificou em declarações à Lusa a diretora artística do festival, Adriana Niemeyer.

Outra das apostas da organização desta edição, e que levou à criação de uma secção nova, a FESTin Arte, é a do cinema experimental. "Apareceram vários filmes muito experimentais e quisemos valorizar isso”, explicou Niemeyer.

"Alguns estão em competição, mas achámos que [sem uma secção autónoma] se ia perder um pouco a riqueza que percebemos que tínhamos na mão”, acrescentou a diretora artística do FESTin.

Para além do cartaz de cinema, o festival espera ainda atrair o público cinéfilo com a realização de duas mesas-redondas e de uma oficina de dois dias dedicada às temáticas do cinema, turismo, educação e comunicação comunitária.

"Não formatamos muito o FESTin. As coisas vão acontecendo, as pessoas vão-se aproximando, vão dando ideias, e a nossa criação é um pouco assim, vai agregando ideias e as coisas que vão aparecendo. Acho bom termos essa elasticidade para acolher essas ideias e as pessoas que querem participar”, concluiu.

E este é também um recurso de "sobrevivência”. "Sobrevivemos com pouco dinheiro, como sempre. Essa é uma área que ainda não conseguimos resolver bem”, admitiu a diretora artística.

Adriana Niemeyer lembrou que os países da CPLP estão a passar por dificuldades sérias, "em particular o Brasil e Angola", e a organização "não teve muito onde ir buscar”. Daí que, rematou, “pode ser que não tenhamos tapete vermelho, mas teremos bons filmes e festa, até porque este festival se chama Festa do Cinema em Português. E com um salgadinho a menos e umas pipocas para compensar, a festa do cinema sai na mesma. Quando a gente quer fazer festa, a gente faz!”

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