Heranças, Vivências e Património Judaico em Portugal de Norte a Sul em módulos

Amanhã, dia 29 de abril, é encerrado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo a exposição “Heranças, Vivências e Património Judaico em Portugal”. A exposição esteve também em simultâneo em Oslo durante um mês. Agora, a exposição que visa dar à população portuguesa um vislumbre, sintético, mas rigoroso, da História judaica de Portugal vai percorrer 37 municípios de Portugal Continental. O arranque acontece, dia 10 de maio, em Bragança. Por terras do Norte a exposição vai manter-se dois meses. Em entrevista ao VerPortugal o dinamizador e responsável da Rede de Judiarias de Portugal, Marco Baptista, explicou o que se pode ficar a saber ao visitar a mostra.
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O que é pretendido com esta exposição?

O primeiro objectivo desta exposição encontra-se na necessidade de dar à população portuguesa um vislumbre, sintético, mas rigoroso, da História judaica de Portugal. Num segundo patamar, mas eventualmente ainda mais importante, temos como objectivo a valorização dessa memória no sentido de ela ser olhada como parte de “nós” e não como uma realidade que corresponde a uma população estranha a Portugal, que por cá viveu em certa época.

Obviamente, este projeto tem uma forte componente material que pretende revitalizar o Património Judaico em Portugal, associando uma componente histórica de inegável interesse para o Mundo. A exposição “Heranças e Vivências Judaicas em Portugal” dá-nos uma ideia muito real da nossa cultura judaica, que permite beber saberes e experiências ancestrais de valor inigualável.

De que forma se consegue mostrar a vivência dos Sefarditas?

A exposição apresenta ao público em geral uma visão diacrónica das principais linhas, momentos e temáticas em que os sefarditas portugueses foram centrais na História de Portugal. Não se pretende uma glorificação nem a criação de uma narrativa laudatória, mas apresentar, de forma isenta e rigorosa, a História destas comunidades e os seus indivíduos que tão importantes foram, e são, para a identidade nacional.

A mostra, que percorre a História e identidade judaica desde a antiguidade até aos nossos dias, está organizada em módulos, tendo todos eles um grupo de informação em Português e em Inglês.

Que tipo de peças podem ser admiradas?

A exposição, organizada por painéis ao longo de dez módulos, reproduz um imenso acervo de documentação, desde o património edificado e arqueológico, até à reprodução de um vasto grupo de documentação de importantes bibliotecas e, em especial, da Torre do Tombo.

Os visitantes da exposição têm acompanhamento durante a visita para melhor perceber o que estão a ver?

Sim, têm ocorrido visitas guiadas, para melhor enquadramento e leitura da exposição.

Que municípios vão receber a exposição? O que contou para a sua escolha?

Serão 37 os municípios a receber a exposição, portanto todos aqueles que fazem parte da Rede de Judiarias de Portugal. Neste momento, a exposição irá inaugurar em Bragança no dia 10 de maio.

São muitos os judeus a viver em Portugal?

Neste momento, há comunidades organizadas em Lisboa, Porto e Belmonte. São cerca de três mil, ao todo, os cidadãos que professam o Judaísmo.

Quais as principais diferenças entre estes e os católicos?

Sendo o Cristianismo em muito baseado no Judaísmo, este não aceita Jesus como o Messias. Esta diferença, na qual se fundamenta o Cristianismo, é a mais importante importante diferença.

Qual o contributo dos judeus portugueses para a História do mundo?

Os judeus portugueses deram vários contributos para a História do mundo, não só na cultura, como em outras áreas, como a ciência. Muitas são as figuras de destaque do mundo sefardita que deram inegáveis e importantíssimos contributos nos campos da ciência, da cultura, das artes e do pensamento.

Qual o feedback de quem tem visitado a Torre do Tombo?

O feedback tem sido muito positivo, pois a exposição dá a oportunidade ao público em geral conhecer melhor a História não só dos sefarditas, mas também de Portugal. Tem sido muito elevado o número de visitantes.

 

 

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