Investigador da UMinho recebe um dos mais prestigiados financiamentos

João Mano, Professor Associado no Departamento de Engenharia de Polímeros da Escola de Engenharia da Universidade do Minho e investigador no Grupo de Investigação 3B’s, membro do Laboratório Associado ICVS/3B’s, acaba de lhe ver atribuído um dos mais prestigiados financiamentos a que um investigador pode aspirar a nível europeu.
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Trata-se de uma Advanced Grant (bolsa para Investigador Avançado) do European Research Council (ERC – Conselho Europeu de Investigação), a segunda conseguida no Grupo 3B’s da Universidade do Minho, com um projeto intitulado ATLAS: Bioengineered autonomous cell-biomaterials devices for generating humanised micro-tissues for regenerative medicine, ao qual foram atribuídos 2,5 milhões de euros.

As bolsas do ERC são o tipo de projecto científico actualmente mais prestigiado na Europa em qualquer área científica. São bolsas individuais unicamente baseadas na excelência ciêntifica, sendo a sua avaliação baseada, em 50 por cento, no currículo ciêntifico do investigador (que deve estar no topo dos investigadores a trabalhar na Europa) e, em 50 por cento, na excelência do projecto a executar, o seu grau de risco e a abordagem radicalmente inovadora nas fronteiras da ciência adoptada no plano de trabalhos proposto. As Advanced Grants destinam-se a financiar projectos de investigadores seniores e visam aumentar a competitividade e a visibilidade da investigação Europeia.

A ERC AdG concedida permitirá, durante cinco anos, desenvolver trabalho na área da engenharia de tecidos humanos e biomateriais avançados, nomeadamente na criação de dispositivos “vivos” miniaturizados capazes de compartimentar uma série de ingredientes, incluindo diferentes tipos de células, capazes, de uma forma autorregulada, promover a formação de novo tecido funcional. Esse conteúdo será desenhado a partir da desconstrução do ambiente encontrado ao nível celular num processo natural de reparação dos tecidos ou durante o próprio desenvolvimento fetal. Espera-se que esses pequenos reservatórios possam ser introduzidos e fixados dentro do corpo por processos minimamente invasivos e guiar localmente a regeneração de tecidos e órgãos de uma forma autónoma. Os biomateriais e a sua organização, da nano- à macro-escalas, terão aqui um papel fundamental para controlar o comportamento celular no espaço e no tempo. Para além das aplicações in vivo prevê-se que estes dispositivos inovadores possam também servir como modelos de doenças, a fim de testar novos fármacos e terapias, podendo assim ser vistos como alternativa aos ensaios com animais ou aos testes clínicos.

João Mano possui trabalho reconhecido internacionalmente no domínio do desenvolvimento de materiais e propostas de novos conceitos para aplicações biomédicas, e vê assim reforçada a oportunidade de combinar investigação de base de elevado nível com soluções terapêuticas radicalmente inovadoras que poderão vir a ter impacto na qualidade de vida de pacientes. 

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