
A tese de Alexandra Santos descreve o desenvolvimento de um dispositivo dedicado ao diagnóstico do cancro da mama em point-of-care (contexto clínico) e que foi construído com base na preparação de um novo material biomimético, seguida da sua incorporação em membranas de PVC plastificadas e subsequente deteção elétrica. O biomarcador de interesse clínico selecionado para este estudo foi Breast Cancer Antigen (CA15-3). Alexandra Santos frequentou o Mestrado em Bioquímica Clínica da Universidade de Aveiro, tendo desenvolvido toda a sua investigação no ISEP, orientada por Goreti Sales, coordenadora do Biomark Sensor Research, docente do ISEP e também investigadora do Center for Health Technology and Services Research da Universidade do Porto (CINTESIS).
Já o trabalho desenvolvido por Carla Teixeira, que frequentou o Mestrado de Engenharia Química, Ramo de Tecnologias de Proteção ambiental no ISEP, diz respeito a um sensor de papel, quimicamente modificado, para assumir uma coloração típica após contacto com um antibiótico. A intensidade da coloração está relacionada com a concentração desse antibiótico na água, podendo vir a ser de grande utilidade no controlo dos níveis de antibióticos utilizados na criação de peixes em sistemas aquacultura. Carla Teixeira desenvolveu o projeto também sob a orientação de Goreti Sales.
O Future Ideas é uma competição académica internacional à qual concorrem projetos resultantes de teses de mestrado e doutoramento. Aos vencedores são atribuídos prémios monetários e oportunidades de formação e troca de ideias com profissionais reconhecidos mundialmente, assim como a publicação das teses no jornal da competição.
De recordar que esta unidade de investigação do ISEP está a desenvolver um biossensor portátil e autónomo para detetar o cancro, o 3P’s, projeto que recebeu, em 2012, um milhão de euros do European Research Council para ser posto em prática. Dentro de quatro anos, quando estiver concluído, o dispositivo deverá funcionar de forma semelhante a um teste de gravidez. Será rápido, barato, indolor e poderá ser feito em qualquer local, sem necessidade de energia nem cuidados de armazenamento. Bastará uma amostra de urina, sangue ou saliva para o biossensor detetar a presença de biomoléculas que circulam no organismo.